Reforma agrária boliviana deve poupar produtores brasileiros

A situação de brasileiros residentes na Bolívia diante da nova lei de reforma agrária do país, adotada em novembro, foi um dos principais temas da conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, sexta-feira (8/12), durante a 2ª Cúpu

O presidente boliviano assegurou que os brasileiros proprietários de terras produtivas não serão afetados. A informação foi confirmada neste sábado (9/12), pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.


 


“Mais uma vez nos foi assegurado que os sojicultores produtivos não serão afetados”, disse o ministro, em entrevista a jornalistas brasileiros. Segundo ele, um grupo de trabalho bilateral, definido durante visita de Amorim a La Paz, no primeiro semestre, deverá tratar do tema nos próximos dias. Ele disse que Morales concordou com a visão brasileira de que as propriedades produtivas não devem ser afetadas pela reforma.


 


Outra questão se refere aos agricultores brasileiros em áreas de fronteira – uma lei boliviana veda a posse de terra por estrangeiros a 50 km da divisa com outro país. Na opinião de Amorim, a questão deve ser tratada “de forma humana, civilizada, em cooperação”, especialmente no caso de posseiros ou colonos pobres.


 


Amorim lembrou que esse tratamento humano deve corresponder ao que o Brasil dá aos milhares de bolivianos que residem no país. “Os [brasileiros] que não puderem ficar também terão que voltar para o Brasil algum dia, mas isso tem de ser feito de maneira organizada, até porque  existem muitos bolivianos no Brasil que também gozam da nossa hospitalidade”.


 


O chanceler disse acreditar que o tema esteja sendo tratado com boa vontade pelo governo boliviano. Uma prova disso é que um prazo anteriormente estabelecido para expulsão dos estrangeiros (6 de novembro) não foi cumprido.



 
Amorim contou que está sendo estudada a possibilidade de cooperação bilateral na reforma agrária boliviana.