Preço do gás boliviano deverá ser justo e viável, diz Amorim

As novas políticas de preço do gás boliviano exportado para o Brasil deverão obedecer, ao mesmo tempo, aos critérios de justiça e viabilidade econômica, afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “Não adianta o preço ser justo e inviáv

Amorim afirmou que o gás foi assunto da conversa bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, ontem. As novas regras para o reajuste voltarão a ser discutidas no ano que vem, de forma “técnica”, segundo ele, mas numa “moldura política mais favorável”.


 


Uma etapa do processo de negociação em torno das reservas naturais foi concluída no último domingo, quando o Congresso boliviano ratificou 44 novos contratos de empresas estrangeiras para exploração de gás e petróleo no país. Os novos contratos são decorrência da nacionalização desses recursos, decretada em maio por Morales.


 


Segundo Amorim, a situação política das negociações sobre o tema é tão favorável que já se volta a falar em investimentos brasileiros no setor. Ele destacou o apoio brasileiro à construção de um pólo gasquímico. “O que eu vejo é que uma agenda de cooperação vai tomar a dianteira e a primazia de uma agenda de confrontação”. Para o chanceler, favorece a tranqüilidade das conversas o fato de não serem feitas sob o impacto de nenhuma declaração mais forte de alguma das duas partes.


 


Amorim disse ainda que os dois presidentes discutiram possíveis acordos de cooperação em várias outras áreas. Uma reunião ministerial deve acontecer ainda este mês, e Morales deve visitar o Brasil em fevereiro, segundo ele. “As coisas todas que foram pintadas como se fossem catástrofes estão sendo resolvidas, os quadros estão melhorando”.


 


Um possível projeto conjunto é a construção de hidrelétricas e de uma hidrovia nos rios Madeira e Madre de Diós, entre Rondônia e o norte da Bolívia. “O presidente Lula disse mais uma vez que se nós encontrarmos a maneira técnica e econômica de fazer o projeto que beneficie os dois países, é o que mais desejamos”.