Mães da Praça de Maio marcham por testemunha desaparecida

As Mães da Praça de Maio iniciaram nesta quarta-feira (6/12) a Marcha Anual da Resistência de 24 horas, dominada desta vez pelo caso de Julio López, desaparecido há quase três meses e testemunha crucial na condenação à prisão perpétua de um ex-chefe polic

“Outra vez, estamos falando de desaparecidos. Que horror!”, resumiu Tati Almeida, dirigente do grupo Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, referindo-se a Julio López, de 77 anos, ex-detido desaparecido da ditadura, cujo paradeiro é desconhecido desde 18 de setembro passado.



“Não nos imaginávamos voltar com palavras de ordem do passado, mas devemos renovar o pedido, apesar da dor”, disse Nora Cortiñas, do mesmo grupo, acrescentando que “nesta marcha, está toda a força posta no pedido pelo aparecimento de López, porque é um fato que não se pode deixar passar”.



Sob a consigna “Pela memória, pela verdade e pela justiça e pelo aparecimento com vida de Jorge Julio López”, começou a vigília, às 18h (19h de Brasília), na histórica Praça de Maio, em frente à Casa Rosada (sede do governo).



Busca por respostas
“Aparecimento com vida” dos detidos desaparecidos foi uma das clássicas palavras de ordem das marchas de Resistência, iniciadas em 1980, em um claro desafio às autoridades em pleno terrorismo de Estado.



Esta 26ª edição tem como pano de fundo o sumiço de López, cujo testemunho foi fundamental na condenação de seu torturador em um campo de concentração em 1976, o ex-chefe policial Miguel Etchecolatz.



Os organismos humanitários atribuem sua ausência a um seqüestro, pelo qual culpam esquadrões da morte ou “grupos residuais” da ditadura, e reivindicam respostas do governo Néstor Kirchner.



Da redação, com agências