Desemprego cai na América Latina pelo quarto ano consecutivo

O desemprego na América Latina e no Caribe recuou pelo quarto ano consecutivo em 2006, mas ainda está longe da meta do bem-estar para os trabalhadores na região com empregos de qualidade, segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A taxa de desemprego urbano passou de 9,5% em janeiro-setembro de 2005 para 9% no mesmo período deste ano, informou em entrevista coletiva Jean Maninat, diretor da secretaria regional da OIT na América Latina ao apresentar o Panorama de Trabalho da região no presente ano.



No terceiro trimestre deste ano existiam na região 17,5 milhões de trabalhadores urbanos “que não têm emprego e o estão procurando de maneira ativa”, destacou Maninat. “No entanto, o número de desempregados havia caído em aproximadamente 600 mil trabalhadores na comparação com o mesmo período do ano passado”, explicou.



Em 2007 o desemprego pode experimentar outra leve queda, chegando a 8,8%, segundo as projeções da OIT, mas a tendência descendente deve se acentuar ainda mais para chegar ao nível de 7,1% registrado na região em 1990.



“Estamos diante de resultados animadores que nos permitem enfrentar com mais firmeza o desafio pendente de gerar trabalho decente para mulheres e homens”, disse Maninat. “Se não conseguirmos criar mais e melhores empregos a luta contra a pobreza será uma ilusão”, acrescentou.



Mais números
O desemprego este ano caiu em quase todos os países latino-americanos, e as maiores quedas foram registradas na Venezuela (12,9% a 10,4%), Honduras (7,1% a 5,2%), Panamá (12,1% a 10,4%), Argentina (12,1% a 10,7%), Colômbia (14,6% a 13,3%) e Peru (10,1% a 8,8%).



Entre os demais países, registraram ligeiras quedas Equador (11,1% a 10,3%), México (4,9% a 4,6%) e Chile (8,4% a 8,3%). O Uruguai manteve (12,2%) e o Brasil teve aumento de 10% para 10,2%.



O Panorama da OIT destaca que os salários industriais na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Uruguai e Venezuela – países que representam 84% da população economicamente ativa regional – aumentaram 3,9%.



As altas mais significativas foram no Equador (18,1%), Argentina (15,4%) e Venezuela (12,8%). O salário mínimo real na região aumentou 4,7%, o que pode ser explicado, segundo Maninat, pelo nível moderado da inflação média da região, calculado em 5,7%.