União das centrais demonstra força na 3ª Marcha do Salário Mínimo

A demonstração de força das centrais sindicais na 3ª Marcha Nacional do Salário Mínimo foi destacada por todas as lideranças e participantes da manifestação. Eles atribuem ao salário mínimo importante mecanismo de distribuição de renda, o mérito de uni

A Marcha deste ano reuniu as sete centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CGTB, CGT, CAT, SDS e Nova Central.


 


As cores das bandeiras e balões, das camisetas e bonés dos manifestantes; os apitos e buzinas; as palavras de ordem também uniram as lideranças e participantes na avaliação sobre o ato: ''Está uma beleza'', gritavam os líderes do alto do carro de som. Os fotógrafos e cinegrafistas disputaram espaço no alto do viaduto – próximo a Rodoviária, zona central da cidade – para captar a melhor imagem da manifestação.


 


Ao longo do trajeto – entre o estádio Mané Garrincha até a Esplanada dos Ministérios, num percurso que durou quase duas horas, os manifestantes foram saudados pelos trabalhadores que, das calçadas e janelas dos prédios comerciais, agitavam bandeiras e prestavam solidariedade ao ato. Até os vendedores ambulantes, representante dos trabalhadores, destacado pelos oradores, saudaram a manifestação. É quando eles mais vendem, disseram.


 


Trabalho e renda


 


Em frente ao prédio principal do Congresso Nacional, os manifestantes realizaram ato político, em que os oradores destacaram os argumentos que apresentarão na mesa de negociação com governo e parlamentares. As centrais pedem aumento de 20%, elevando o valor do salário mínimo dos atuais R$350 para R$420. Além disso, será defendida a correção de 7,7% da tabela do Imposto de Renda.


 


Eles destacaram também, como outra novidade, este ano, as negociações que farão com os deputados e senadores para garantir o avanço nas discussões e votação de uma política permanente de valorização do salário mínimo.


 


Os oradores também destacaram a importância de ajudar o presidente Lula a promover o desenvolvimento do País com distribuição de renda. Eles destacaram o compromisso do Presidente da República, ao ser reeleito, com um projeto de crescimento do Brasil com valorização do trabalho e da remuneração do trabalhador. “O projeto que venceu as eleições foi este”, destacaram.


 


Aumentos iguais


 


Entre os manifestantes, homens, mulheres e crianças, estas levadas por suas mães e pais, Maria de Lourdes Moreira, metalúrgica aposentada,  vinda de Contagem (MG), destacou a importância de se unir os trabalhadores em grandes manifestações como esta para garantir que “eles aumentem nossos salários como aumentam os deles”, disse, em referência as informações de que parlamentares e membros do Judiciário querem aumentar os salários.


 


Vestindo camiseta vermelha da CUT, carregando na mão o filho de 8 anos, João Paulo, Maria de Lourdes, diz que recebe aposentadoria de R$410,00, o que garante apenas o pagamento da prestação do empréstimo da Caixa Econômica, no valor de R$132,00 e a escola do filho mais novo, de R$100. 


 


Mãe de outros dois filhos, de 24 e 22 anos, Maria de Lourdes diz que “a gente vive de favor, na casa da minha sogra. Eu consegui um empréstimo na Caixa para aumentar o barracão e a escola do menino eu tenho que pagar porque a escola pública lá é muito ruim”.


 


Segundo o presidente da CUT, Artur Henrique, “vamos continuar lutando pela implantação de um política permanente de valorização do Salário Mínimo em busca do atendimento ao preceito da Constituição que diz que o Salário Mínimo deve atender as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas”, afirmou. Essa é luta também de Maria de Lourdes, diz ela, participante assídua da Marcha.


 


De Brasília
Márcia Xavier