Portugal: Comissão européia ouve autoridades sobre vôos ilegais da CIA

Foi realizada nesta quarta-feira (6/12) em Lisboa, capital portuguesa, uma reunião da Comissão Temporária do Parlamento Europeu sobre os vôos ilegais da agência de espionagem americana CIA sobre o continente.

A Comissão ouviu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado e várias entidades portuguesas: os presidentes do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), Luís Almeida, e da Navegação Aérea Portuguesa (NAV), Carlos Gonçalves da Costa, os diretores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Jarmela Palos, e do Serviço de Informações e Segurança (SIS), Antero Luís, e ainda José Luís Arnaut, que preside à comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.


 


Os ex-ministros da Defesa, Paulo Portas, e da Administração Interna, Figueiredo Lopes, convidados para um encontro com os eurodeputados, recusaram o convite, alegando que já não estão em funções e que “nunca tiveram conhecimento” de atividades ilegais quando estiveram no governo.


 


O deputado europeu Cláudio Fava, relator da comissão de investigação sobre os vôos ilegais da CIA, declarou há dias à imprensa que “numerosos governos europeus cooperaram” com a agência de espionagem e sabiam dos vôos secretos, entre os quais o governo português.


 


Fava identificou 1.245 escalas em aeroportos europeus, 91 das quais em território português. Três vôos que passaram por Portugal tiveram como origem ou destino a base ilegal americana de Guantânamo, em Cuba.


 


O projeto de relatório calcula que 12 Estados da União Européia — Itália, Reino Unido, Alemanha, Suécia, Áustria, Espanha, Portugal, Irlanda, Grécia, Chipre, Dinamarca e Polônia — e ainda Roménia, Turquia, Macedônia e Bósnia tinham conhecimento da utilização do seu território pelos vôos da CIA, para transporte e detenção ilegal de prisioneiros.