Lula tentará convencer PT a apoiar Aldo Rebelo

Do Estado de S. Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou ontem, em duas reuniões com aliados históricos, a simpatia pela recondução do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) à presidência da Câmara, e de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao co

Horas depois, ao receber o governador eleito de Pernambuco, Eduardo Campos – que é presidente do PSB -, Lula foi só elogios a Aldo, seu ex-ministro da Coordenação Política. ''É um dos homens de bem que conheci'', afirmou o presidente.
O problema é que, embora o PMDB possa ceder, até agora a bancada do PT não abre mão de disputar a presidência da Câmara em fevereiro. ''Estamos construindo de maneira adequada uma solução'', disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Casa, após se reunir ontem com Aldo. Chinaglia é pré-candidato do PT à vaga. A reeleição de Aldo tem o apoio do bloco formado por PCdoB, PSB e PRB.


No Planalto, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, disse a Lula que é preciso separar a questão de cargos no ministério da presidência da Câmara. ''A eleição da Câmara e a distribuição de cargos são coisas distintas. A eleição não inviabiliza que o partido tenha mais de um ministério'', argumentou Rabelo. Atualmente, os comunistas são responsáveis pela pasta de Esportes e é possível que o ex-ministro Agnelo Queiroz, derrotado na eleição para o Senado, retorne ao cargo.



Na reunião com Eduardo Campos e com o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, Lula insistiu na importância do crescimento de 5% e na formação de um conselho político no Planalto. ''Um governo só com relação congressual não se sustenta'', ressalvou Campos.



Apesar das disputas rotineiras, PT, PCdoB e PSB pretendem formar um ''núcleo de esquerda'' dentro do governo de coalizão, na tentativa de impedir que o PMDB dê os rumos do governo. O PSB controla hoje os ministérios de Ciência e Tecnologia e Integração Nacional, pasta cobiçada pelo PMDB. Ao ser indagado sobre a possibilidade de o deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) ir para a Saúde, Campos foi evasivo. ''Não sei. Essa conversa está ficando perigosa'', brincou.



Fonte: O Estado de S. Paulo