Golpe militar depõe governo das ilhas Fiji

O comandante do Exército de Fiji, Frank Bainimarama, anunciou na segunda-feira (4/12) que os militares assumiram o controle do país. Os militares anunciaram também que “pretendem escolher um premiê” temporário e depois formar um governo interino.

Bainimarama disse que apóia a realização de novas eleições democráticas no país. Em um pronunciamento pela televisão o militar acusou o primeiro-ministro deposto, Laisenia Qarase, de “corrupção”.


 


Bainimarama disse que estava assumindo a presidência do país e destituindo Qarase do poder. O premiê, por sua vez, rejeitou a declaração do comandante do Exército e acusou Bainimarama de divulgar mentiras sobre seu governo.


 


Fiji tem uma população de 900 mil pessoas e, por ser um famoso destino turístico, atrai cerca de 400 mil visitantes por ano.


 


A mídia da Oceania afirma que existem tensões cada vez maiores entre as duas comunidades étnicas que dividem o país. Nos últimos 20 anos, foram registrados pequenos conflitos entre a etnia fijiana, que são 50% da população, e a etnia indiana, 44% da população.


 


O golpe militar fez com que os governos de Austrália e Nova Zelândia se manifestassem, afirmando que ocorreria instabilidade política na região das ilhas do Pacífico.


 


Austrália, Reino Unido e Nova Zelândia aconselharam seus cidadãos a ficar longe do país e alertaram para conseqüências sociais, econômicas e diplomáticas negativas, caso o golpe militar se consolide.


 


A primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, condenou o golpe do comandante Bainimarama. Em entrevista à emissora britânica BBC, Helen disse que o comandante teria “perdido a sanidade”.


 


Segundo a BBC, os militares estavam envolvidos em uma disputa com o governo havia meses por causa de planos de Qarase de conceder anistia a rebeldes nacionalistas responsáveis por uma tentativa de golpe há seis anos. Os militares acreditam que o governo teria sido leniente demais com os rebeldes, diz a emissora.