Meios digitais já são mais consultados do que convencionais

Os meios de comunicação digitais já são os mais utilizados pela população mundial, que dedica a eles mais horas semanais do que à televisão, ao rádio, aos jornais impressos ou ao cinema, informou neste sábado a União Internacional de Telecomunicações (

Em seu relatório “Digital Life 2006”, divulgado no último sábado (2), a organização ligada à ONU reflete as mudanças introduzidas pela tecnologia digital no mundo todo.


 


Segundo os dados do documento, os menores de 18 anos dedicam aos meios digitais uma média de 14 horas semanais, enquanto reservam 12 horas para a televisão; seis para o rádio e duas para os jornais, revistas e cinema.


 


Entre os indivíduos na faixa etária entre 18 e 54 anos, os meios digitais absorvem 16 horas; a televisão, cerca de 13; o rádio, oito; os jornais, duas (entre pessoas de 36 a 54 anos esse tempo sobe para três horas); as revistas, outras duas; e o cinema, uma.


 


A única exceção são os maiores de 55 anos, que ainda dedicam 16 horas à televisão, oito para os meios digitais, sete para o rádio, cinco para os periódicos, três para as revistas e menos de uma para o cinema.


 


Além disso, as comunicações são progressivamente “mais móveis”, já que, enquanto cerca de 125 anos se passaram para que houvesse no mundo mais de um bilhão de linhas telefônicas fixas, foram necessários apenas 21 anos para que houvesse o mesmo número de linhas de telefonia celular.


 


“O mais espetacular, porém, é que foram necessários apenas mais três anos para somar mais um bilhão de assinantes de linhas de telefone celular, e, em breve, esse número deve chegar aos 3 bilhões”, apontou o responsável da Unidade de Política e Estratégia da UIT, Tim Kelly, na apresentação do estudo em Genebra.


 


Recorde de celulares


 


Segundo o relatório, o Brasil possui 86 milhões de usuários de telefones celulares. Os países com mais usuários de celulares são China (393 milhões), Estados Unidos (201 milhões), Rússia (120 milhões), Japão (94 milhões), Índia (90 milhões), Alemanha (79 milhões), Itália (72 milhões), Reino Unido (61 milhões), França (48 milhões), México (47 milhões), Indonésia (46 milhões), Turquia (43 milhões), Espanha (41 milhões), Coréia do Sul (38 milhões), África do Sul (34 milhões), Filipinas (33 milhões), Polônia (29 milhões), Tailândia (27 milhões) e Taiwan (22 milhões).


 


A popularização da telefonia celular é tão extensa, que há uma média de mais de uma linha por habitante em vinte países. Entre eles estão: Luxemburgo, Lituânia, Itália, Hong Kong, Israel, Portugal, Estônia, Cingapura, Islândia, Noruega, Reino Unido, Jamaica, Irlanda, Emirados Árabes e Dinamarca.


 


A UIT enfatiza que, além de mais digitalizadas e móveis, as comunicações também são cada vez “mais amplas”, pois as redes aumentam sua capacidade de maneira exponencial, o que permite intercâmbios de informação mais rápidos, mais completos e em mais formatos simultâneos.


 


De fato, já há, em todo o mundo, 216 milhões de assinantes de linhas fixas de banda larga, e mais de 61 milhões de usuários de linhas móveis do mesmo tipo (por meio da telefonia de terceira geração).


 


No ranking mundial de conexões fixas por banda larga, os EUA têm 49 milhões; China, 37 milhões; Japão, 22 milhões; Coréia do Sul e Alemanha, 12 milhões; Reino Unido e França, 9 milhões; Itália, 7 milhões; Canadá, 6 milhões; Espanha, 5 milhões; Taiwan e Holanda, 4 milhões; Brasil, 3 milhões; México, Austrália, Bélgica, Suécia e Suíça, 2 milhões e Hong Kong e Turquia, 1 milhão.


 


Ao mesmo tempo, o preço da banda larga e das conexões sem fio diminuiu drasticamente em muitos países. Por isso, as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ocupam cada vez mais espaço na vida privada.


 


Segundo a UIT, só durante o ano passado as TIC movimentaram US$ 3,13 trilhões, e as telecomunicações foram recordistas na geração de negócios: em hardware, foram cerca de US$ 235 bilhões anuais, ao tempo que em serviços, cerca de US$ 1,186 trilhão.


 


Em seguida vêm a informática (US$ 379 bilhões em hardware e US$ 741 bilhões em serviços) e a radiodifusão (US$ 294 milhões em hardware e US$ 295 milhões em serviços).


 


Fonte: Estadão