Mais de mil pessoas mortas ou desaparecidas nas Filipinas

Diante da incapacidade demonstrada pelo governo da presidente Gloria Macapagal Arroyo, a Cruz Vermelha filipina lançou nesta segunda-feira (4/12) um chamado urgente de ajuda, quando começam a faltar alimentos e  água potável, quatro dias depois do fu

Um balanço provisório divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Conselho Nacional de Catástrofes confirmava a morte de 425 pessoas e o desaparecimento de 599.


 


No total, mais de um milhão de pessoas foram afetadas pela catástrofe que atingiu a região oriental de Bicol, disse um responsável da proteção civil, Glenn Rabonza.


 


Um deslizamento de terra e de cinzas vulcânicas ocorreu na noite de quinta-feira pelas ladeiras do vulcão Mayon (cerca de 350 km a sudeste de Manila).


 


Povoados inteiros ficaram soterrados pela avalanche provocado pelas chuvas torrenciais depois da passagem do furacão Durian.


 


“A situação é bastante caótica, as comunicações seguem interrompidas na maioria das zonas afetadas”, declarou um porta-voz da Cruz Vermelha, que deu um balanço diferente: 406 mortos confirmados e 333 desaparecidos.


 


“Nossa preocupação principal é a água potável, os alimentos e os medicamentos para atender os feridos que chegam aos centros de evacuação”, disse.


 


A medida que o governo de Gloria tomou foi decretar, no domingo, estado de catástrofe nacional e destinar uma ajuda de urgência de 20 milhões de dólares. Nada foi feito para prevenir o desastre.


 


“Recebemos doações de organizações humanitárias internacionais (…). Necessitamos de medicamentos, alimentos, água e capas de plástico para os que perderam suas casas”, disse  Benjamin Delfin, um funcionário local da Cruz Vermelha.


 


Animais e humanos


 


O Japão se comprometeu a enviar cobertores, geradores e depósitos de água. A Malásia enviou um avião com 20 toneladas de medicinas e alimentos. Já a Indonésia mandou duas aeronaves.


 


Uma equipe que recuperou 16 corpos no povoado de Maipon afirmou que o trabalho era muito difícil, pois o solo está endurecido com a areia, o barro e os escombros. “É difícil para os cachorros (…) há cadáveres de animais e de humanos”, destacou Delfin.


 


“Não sobrou nada, nem sequer os vizinhos”, disse Josefina Olander, de 66 anos, que salvou umas 50 pessoas ao conduzi-las ao teto de sua casa de dois andares com estrutura de concreto, a qual resistiu à avalanche.


 


Maipon está situado a alguns quilômetros de Legaspi, a grande cidade costeira a leste do arquipélago.


 


As fortes precipitações provocadas pelo furacão se misturaram aos depósitos vulcânicos do Mayon. Estes temíveis fenômenos são freqüentes no início da temporada de chuvas.


 


Vietnã evacua 500 mil


 


Advertido pela catástrofe nas Filipinas, o governo do Vietnã colocou em prática o programa de apoio e de evacuação às vítimas de catástrofes naturais, baseado nos programas cubanos.


 


Previsto para atingir o país nesta segunda-feira, cerca de 500 mil pessoas foram evacuadas por precaução para locais onde estarão a salvo.