Bush e líderes religiosos tramam saída de atoleiro iraquiano

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se reune hoje (4/12) com líderes xiitas e sunitas iraquianos para tentar uma saída “menos desonrosa” do atoleiro iraquiano, horas antes de um comitê bipartidário emita suas recomendações sobre a ocupação.

Um porta-voz da Casa Branca negou entretanto que a reunião tenha relação com a conclusão que deverá ser apresentada esta semana pelo Grupo de Estudos Sobre o Iraque, cujos presidentes são o ex-secretário de Estaod James Baker (republicano) e o ex-congressista democrata Lee Hamilton.


 


Participará da reunião Abdel Aziz Hakim, presidente do grupo xiita Assembléia Suprema para a Revolução Islâmica, que tem vínculos estreitos com o atual governo em Bagdá, e é um dos grupos acusados de sustentar o trabalho dos esquadrões de morte no país.


 


O encontro ocorre poucos dias depois de Bush ter se encontrado com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, na Jordânia, e de uma viagem do vice-presidente Richard Cheney à Arábia Saudita, na qual tentou fazer com que a comunidade sunita árabe tratasse de apaziguar os sunitas iraquianos.


 


É esperado também que a Casa Branca receba hoje as recomendações do painel encabeçado por baker e Hamilton, apesar das diferenças que atrasaram a apresentação do mesmo.


 


De acordo com o site Newsday.com. Bakler lamentou a postura que assumiram os integrantes da comissão bipartidária, já que cada um se posicionou obedecendo o ponto de vista de suas organizações políticas.


 


De acordo com a versão do site, Baker e Hamilton estão a favor de um diálogo entre os EUA e o Irã e a Síria, como parte da fórmula que proporiam para resolver a convulsa situação no cenário iraquiano.


 


A Casa Branca, até agora, evitou dialogar diretamente com Teerã, condicionando as conversações à renúncia completa da República Islâmica ao seu programa nuclear.


Nos últimos dias, Bush se reuniu com membros do grupo de estudo, em conversações que transcorreram sem que surgisse uma alternativa para resolver a violência gerada no país ocupado.


 


O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, se limitou a dizer, há algum tempo, que no encontro de ambos os lados só haveria espaço para discutir pontos de vista sobre a guerra contra o país do Golfo Pérsico.


 


Fontes próximas do comitê asseguraram à revista US News and World Report que as sugestões da comissão terão um pequeno impacto na atual política do governo, por Bush estar muito limitado por sua estratégia em relação ao Iraque.


 


Funcionários da Casa Branca afirmaram que baker não permitirá à equipe de estudo recomendar mudanças bruscas nas operações militares, já que aumentaria o risco de a Casa Branca repudiar a proposta.


 


O Grupo de Trabalho foi criado em abril deste ano, por sugestão do congressista republicano Frank Wolf.


 


Além de Baker e Hamilton, integram quatro republicanos e outros tanto democratas, entre eles influentes e ex-funcionários dos governos Ronald Reagan, George Bush (pai) e Bill Clinton.


 


Mais de 60 especialistas sobre Oriente Médio participam do painel, cujos membros foram proibidos de falar com qualquer pessoa sobre o assunto até que o trabalho esteja concluído.