Cuba se interessa pelo etanol, “a gasolina verde”

Por Roberto Salomón para a Prensa Latina*
O uso do etanol, álcool de cana, milho, berterraba ou outros cultivos, para mover veículos, expande-se com força no mundo face ao elevado preço do petróleo. Já é chamado popularmente de gasolina verde. Segundo

Prevê-se que o volume de etanol produzido dobre nos próximos quatro anos. Especialistas calculam que em 2020 um quinto dos carburantes usados serão biocombustíveis.



Pressão de ecologistas favorece



Recentemente a Unctad (Organização das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento) opinou que a produção, uso e comércio mundial de biocarburantes oferecem uma oportunidade para se conter o aquecimento global.



Cada vez mais nações se interessam em desenvolover a produção de etanol como combustível alternativo para driblar o alto preço do ouro negro.



Especialistas opinam que o uso da cana, amplamente difundida na América Latina e Caribe, pode ser a saída para quatro dos mais cruciais desafios da sociedade moderna: qualidade e pureza da produção, alimentação, energia e proteção do meio ambiente.



Assim, o etanol, tradicionalmente usado em diversas aplicações como produto químico, solvente, em bebidas e como combustível, agora é muito mais usado nesta última aplicação, para diminuir o preço dos combustíveis automotores.



É cada vez mais sólida a tendência regional e internacional a usar etanol para substituir parcialmente a gasolina. Mais ainda devido à crescente pressão dos ecologistas.



A liderança do “gigante brasileiro”



O Brasil, líder mundial na produção, com mais de 16 bilhões de litros anuais, expande ainda mais o seu uso ao introduzir maior percentagem de etanol na gasolina. E lança carros com motores adaptados para usar ambos os combustíveis.



As exportações brasileiras de álcool de cana subiram de 656 milhões, em 2003, para 2,321 bilhões em 2004, e devem manter a tendência ascendente, segundo o Ministério da Agricultura brasileiro.



No mês passado, as vendas de etanol do gigante sul-americano no exterior chegaram a 291 milhões de litros, contra 219 milhões no mesmo mês de 2005: um crescimento de 33%.



Segundo o ministro da Agricultura brasileiro, o país terá em 2006-2007 a maior safra de cana de sua história: 475,7 milhões de toneladas, 10,3% a mais que na safra anterior.



A fonte disse que a colheita, apoiada pela grande demanda interna e internacional de açúcar e etanol, permitirá o fabrico de 30 milhões de toneladas de açúcar e 17,6 bilhões de litros de etanol, 3,5% mais que na safra anterior.



O Brasil, segundo as estatísticas, representa 44% do volume total de etanol produzido no mundo. Possui 400 usinas alcooleiras produzindoi e 95 em construção.



Cuba, conhecimento e experiência



Os analistas concordam que os altos preços do petróleo e o aumento da demanda dessa alternativa energética abrem grandes perspectivas para os países açucareiros. Os países da região acham-se na necessidade de buscar alternativas aos combustíveis fósseis. E o Brasil e outros países, como Cuba, com grande conhecimento e experiência no ramo, têm condições de encabeçar o esforço.



Hoeje a diversificação, ou seja, o uso integral da cana, para produzir não só açúcar mas uma grande quantidade de subprodutos e derivados, encontra apoio no etanol para novas perspectivas.



O desenvolvimento da produção alcooleira com fins energéticos pode ser uma contribuição efetiva da agroindústria da cana ao crescimento de outros setores econômicos, além de um importante fator de integração. É preciso ter em conta que há muitos anos a América Latina é a área onde mais açúcar se produz.



* Intertítulos do Vermelho