Pesquisa do IBGE mostra que os brasileiros estão vivendo mais

A expectativa de vida do brasileiro aumentou em dois meses e dois dias em 2005 na comparação com o ano anterior, passando, assim, para 71,9 anos. A informação é da pesquisa Tábua da Mortalidade, divulgada hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Em 2005, a esperança de vida ao nascer1  no Brasil alcançou os 71,9 anos. Em relação a 2004 houve um acréscimo correspondente à quinta parte de 1 ano, ou seja, 2 meses e 12 dias.


 


No ranking das Unidades da Federação com as maiores esperanças de vida, em 2005, o Distrito Federal ocupa o 1º lugar, com 74,9 anos e Alagoas, com 66,0 anos, ocupa o último lugar. Isto mostra que um brasileiro nascido e residente na Capital Federal, em 2005, vivia, em média, 8,9 anos a mais que um nascido em Alagoas. Muito embora os resultados atestem a persistência das desigualdades regionais em termos de desenvolvimento social, este diferencial vem diminuindo ao longo dos anos. Em 2000, esta diferença para os mesmos Estados era de 9,8 anos.


 


Apesar dos Estados das Regiões Nordeste e Norte ocuparem as últimas posições no ranking das esperanças de vida ao nascer, foram estes, que obtiveram os mais significativos ganhos entre 2000 e 2005. Os maiores aumentos neste período foram observados nos Estados de Alagoas, Maranhão e Pernambuco, 2,1, 2,1 e 2,0 anos, respectivamente A verificação deste comportamento não chega a surpreender, pois maiores ganhos nas esperanças de vida, geralmente, estão associados a uma mortalidade mais alta.


 


Em outras palavras, salvo em situações onde há uma forte intervenção, em particular, do Poder Público nas áreas da Saúde e Segurança Públicas, as esperanças de vida ao nascer tendem a experimentar ganhos cada vez menores a partir de determinado patamar. Os menores acréscimos da vida média pertenceram ao Distrito Federal (1,2) e aos Estados de Santa Catarina ( 1,3) e Rio Grande do Sul (1,4).


 


Por outro lado, os diferenciais entre os sexos apresentaram poucas mudanças no qüinqüênio em estudo, a média nacional era de 7,6 anos. Entre os Estados, o Rio de Janeiro, apresentou os mais expressivos diferenciais de mortalidade por sexo, tanto em 2000 (9,2 anos) como em 2005 (8,9 anos).


 


Em 2005, o Estado do Ceará, com 8,8 anos, é o segundo com maior diferencial por sexo na esperança de vida ao nascer, seguido de São Paulo, com 8,5 anos. Contudo, deve-se ressaltar que nestas três Unidades da Federação estes valores apresentaram pequenas reduções. Nos Estados do Tocantins, Roraima, Acre e Rondônia foram detectados as menores diferenças, 4,4, 4,9, 5,2 e 5,5 anos a favor da população feminina, mas com valores superiores aos verificados em 2000.


 


Em 5 anos, a mortalidade infantil reduziu-se em 14,3%


 


Ainda que reflita os grandes contrastes sociais e regionais existentes no País, a taxa de mortalidade infantil3  é um exemplo concreto das ações governamentais e não governamentais no campo da saúde e, por sua natureza, constitui um indicador que absorve e reflete as condições de vida e de saúde da população.


 


No Brasil, entre 2000 e 2005, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 14,3%, ao declinar de 30,1%o, para 25,8%o. Em 2005, o Estado com a mais baixa taxa de mortalidade infantil é o Rio Grande do Sul, com 14,3%o, seguido por São Paulo, com 16,5%.


 


Já em Alagoas e no Maranhão, de cada 1.000 crianças nascidas vivas em 2005, respectivamente, 53,7 e 42,1 faleceriam antes de completar o primeiro ano de vida. Estes Estados apresentaram as mais elevadas taxas de mortalidade infantil em 2005.


 


População com 65 anos ou mais cresceu 45% entre 1991 e 2000


 


A população do Brasil em 2000 superou os 169 milhões de habitantes, correspondendo a um incremento de 15,7% em relação à população residente no País dada pelo Censo Demográfico de 1991 (146,8 milhões de habitantes). Com isso, ao longo da década de 1990 o ritmo de crescimento médio anual da população foi de 1,6%. Já o segmento de 65 anos ou mais de idade, no mesmo período, elevou-se em 41%, com uma taxa média de crescimento anual próxima aos 4%.


 


Em 2000, das 9,9 milhões de pessoas nesta faixa etária, 6,4 milhões eram responsáveis por suas respectivas famílias. Em 1991, eram 4,3 milhões de responsáveis por famílias. Com estas cifras, constata-se que o aumento relativo do número de responsáveis com 65 anos ou mais de idade, no período 1991 – 2000, foi de 47,6%. Em termos absolutos, os não responsáveis pelas famílias, em ambos os momentos, eram praticamente a metade dos declarados como responsáveis.


 


Na década de 1990, aumentou em 47,5% o número de idosos responsáveis pelas famílias


 


O número de responsáveis pelas famílias com 65 anos ou mais de idade cresceu 47,5%, entre 1991 e 2000, com destaque para as mulheres sem cônjuge (74,5%: 322,6 mil, em 1991, e 562,9 mil, em 2000) e os homens com companheira (44,0%: 306,2 mil, em 1991, e 441 mil, em 2000). Numericamente pequeno em relação aos demais, o grupo de mulheres com cônjuge foi o que mais cresceu no período (557,9%), sutilmente indicando as novas percepções culturais em relação ao papel desempenhado pela mulher na família e na sociedade.


 


Cresce o número de netos ou bisnetos morando com os avós sem a presença dos pais


 


Em 2000, havia 1,7 milhão de netos/bisnetos em famílias cujos responsáveis eram seus avós/bisavós.


 


Outra desagregação interessante é a dos responsáveis com 65 anos ou mais de idade que residiam com os netos/bisnetos sem a presença dos filhos/enteados. Neste caso, os netos/bisnetos não desfrutam da coabitação com seus pais, os quais seriam filhos ou netos dos respectivos responsáveis. Quer seja por falecimento prematuro, dissolução de família, formação de outra família em domicílio diferente ou mesmo por migração temporária ou não, é fato que, em 2000, 466 mil avós/bisavós eram responsáveis diretos por seus netos/bisnetos, dos quais 242,6 mil eram mulheres com 65 anos ou mais sem cônjuge (62,0%). Em 2000, 690 mil netos/bisnetos viviam em famílias sob a responsabilidade de seus avós/bisavós, sem a presença das gerações intermediárias.


 


O estudo mostra ainda que o número de mulheres com 65 anos ou mais de idade responsáveis pelas famílias é superior ao de homens, notadamente o grupo de mulheres sem cônjuge. Este fato é decorrência, em grande parte, da maior longevidade feminina. Contudo, este maior tempo de vida das mulheres não lhes proporciona as mesmas chances, obtidas pelos homens, de reestruturarem seus estados conjugais, permanecendo na condição de viúvas, separadas ou divorciadas.


 


Veja as tabelas da pesquisa:


Ambos os sexos


Mulheres


Homens