Lula reúne na segunda com PCdoB e PSB para fechar coalizão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende se encontrar nesta segunda-feira (4) com dirigentes do PCdoB e PSB. A seguir, nova reunião com o PMDB e outra com o PDT concluirão a rodada de contatos partidários para acertar o governo de coalizão. A infor

Tarso informou que também na segunda-feira Lula terá encontro com o ex-ministro dos Transportes e senador eleito Alfredo Nascimento, eleito pelo PL-AM, e a bancada do PR (Partido Republicano, formado pela fusão do PL, Prona e PTdoB), mas não com vistas a integrar a coalizão. “O PL, como direção, não rem predefinição de participar da coalizão, mas seguramente será uma bancada de governo, agora como PR”, comentou.



Tapete vermelho para o PMDB



Segundo Tarso Genro, o presidente considerou uma notícia extremamente importante politicamente o fato de que o PMDB tenha aceitado essa relação programática do governo de coalizão. “Obviamente, o maior partido da coalizão tem uma função definidora do seu caráter. O governo tem a convicção de que é necessário ter um grande partido centrista articulado nacionalmente para ter estabilidade para governar, seja que tipo de governo for”, observou.



O ministro disse que a próxima reunião com dirigentes do PMDB visa levar ao presidente a resolução do Conselho Nacional peemedebista. Reunido nesta quinta-feira, o órgão dirigente decidiu, por 42 votos contra dois e uma abstenção, pela participação no próximo governo com base em uma agenda programática de sete pontos.



Conversas com o PCdoB e PV



PCdoB e PV já tiveram encontros com Tarso Genro para começar a discussão. Após a reunião com Tarso na quarta-feira (29), o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, classificou como “justa e correta” a participação do PMDB na frente. “É um passo que tinha que ser dado. Agora começa a compor essa coalizão com outros partidos. O nosso partido defende essa opinião, essa posição. Estamos, inclusive, interessados nessa participação e pensamos também como contribuir nesse sentido”, afirmou.
“Nós temos sempre batido numa coalizão com base em programa, em definições programáticas. Eu acho que esse esforço vem sendo positivo”, acrescentou Renato.



Na semana passada, o líderes do PV também tiveram uma conversa informal com o presidente sobre o assunto. O líder do partido na Câmara, deputado Edson Duarte (BA), saíu dando por encerrada a fase de distanciamento da sigla com o Planalto, que projetou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) como um dos oposicionistas com maior visibilidade na mídia.  “É uma reaproximação do Partido Verde dentro dessa sinalização que o presidente está fazendo de que quer governar para todos os brasileiros e quer que todos os brasileiros ajudem”, disse Duarte.



Ciro? “Um grande companheiro”



Indagado pela imprensa, Tarso tratou como “fogo fraterno” as declarações do deputado eleito Ciro Gomes (PPS) na quinta-feira, comparando o PMDB a “um elefante” e criticando o “piloto automático” em política econômica como “muito conservador”.



“O que o Ciro falou é fogo fraterno. O Ciro é um companheiro nessa frente política. Numa frente plural é natural (a crítica). Temos que encarar essa divergência com naturalidade”, disse Tarso. O ministro disse que o governo não responderá as críticas de Ciro e acrescentou que o deputado será “um grande companheiro” para o governo.


 


O próprio Tarso comentou com sentido crítico o desempenho do PIB no terceiro trimestre (0,5% sobre o segundo e 2,3% de acumulado): “Agora essa notícia confirma que são necessárias medidas arrojadas para que nós possamos garantir um crescimento superior no próximo período”, admitiu. Ele disse que até o dia 15  Lula pretende apresentar aos partidos da coalizão medidas para garantir o crescimento. “No momento em que o presidente Lula tiver todas as medidas, vai chamar os partidos da coalizão para apresentar o programa para eles”. adiantou.



Na eleição da Câmara, conselho ao PT



Tarso Genro, que durante a crise de 2005 presidiu interinamente o PT, também comentou a eleição para a presidência da Câmara, em fevereiro de 2007. Disse que o PT não deve apressar a definição de concorrer  e defendeu uma saída negociada  com os outros partidos que integrarão a base do governo, evitando “turbulências”.



“O PT tem todo o direito de apresentar nomes. O PT é um partido de governo que esteve no centro da vitória do presidente Lula. Mas a pressa não é aconselhável ao governo e ao principal partido do governo porque temos que negociar com a base aliada”, afirmou o ministro ao deixar o Palácio do Alvorada. Defendeu ainda uma interlocução com os partidos de oposição para que os próximos presidentes da Câmara do Senado tenham interlocução com todos. “É importante trânsito e respeitabilidade da maioria”, disse.



Da redação, com agências