Libaneses saem às ruas exigindo mudança de governo

A oposição libanesa foi em massa às ruas de Beirute, capital do Líbano, exigindo a demissão do governo do primeiro-ministro Fuad Siniora e sua substituição por um governo de união nacional.

A demonstração, convocada na última quinta-feira (30/11) por grupos oposicionistas — como o Hezbolá, o Partido Comunista e os nacionalistas liderados pelo general Michel Aoun — aconteceu no centro de Beirute, às 15h locais (11h de Brasília) e reuniu milhares de pessoas, que pediram pela formação de um governo de união nacional.


 


''A oposição libanesa convocou os cidadãos a comparecerem a uma demonstração pacífica e aberta, no centro de Beirute às 15h, para pedir a formação de um governo de união nacional que substitua o atual'', disse um dos apresentadores da al-Manar, a televisão do grupo xiita Hezbolá.


 


Milhares de pessoas, provenientes de todo o Líbano, começaram a chegar hoje de manhã, a pé ou em ônibus, ao centro de Beirute, para participar da manifestação convocada pela oposição.


 


Seis ministros que pertenciam ao aliados da oposição pediram a renúncia há um mês depois que o governo não conseguiu fazer um acordo que permitisse a formação de um governo de unidade.


 


Após a renúncia dos seis ministros, o bloco oposicionista declarou que o governo de Siniora havia perdido sua legitimidade e deveria renunciar, já que as principais forças do país haviam sido alijadas do governo.


 


Além do Hezbolá, a oposição compreende o Partido Comunista, a organização xiita Amal, setores cristãos ligados ao ex-presidente Michel Aoun e simpatizantes do presidente Emile Lahoud, apoiado pela Síria.


 


A organização do protesto pediu a todos os manifestantes que levassem apenas bandeiras libanesas para o protesto, evitando bandeiras de partidos ou movimentos.


 


Lahoud, em entrevista dada ao jornal britânico Daily Telegraph, disse que os protestos não serão o estopim do iníco de uma conflagração civil entre militantes das várias forças políticas do país. ''A resistência não vai atirar no povo libanês, eles não estão aqui para iniciar uma guerra civil'', disse.


 


Lahoud também criticou o governo, por ter agido de forma inadequada e que, segundo ele, não representa a configuração política e religiosa do país após a renúncia dos seis ministros xiitas. ''O governo é ilegal'', declarou o presidente.