Uruguai apresenta processo contra Argentina na Corte da Haia

O governo uruguaio apresentou nesta quarta-feira (29/11) um pedido de medidas cautelares à Corte Internacional de Justiça de Haia, contra os bloqueios realizados por ambientalistas e moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, divisa com Fray Bentos, n

O embaixador uruguaio nos Países Baixos, Carlos Mora, confirmou a rádio El Espectador, de Montevidéu, que apresentou o processo e que a Corte fixou audiências para os dias 18 e 19 de dezembro, e que em janeiro dará seu veredicto.



Os argentinos instalaram “piquetes” nas passagens fronteiriças que impedem o trânsito internacional, em protesto pela construção de uma fábrica de celulose em Fray Bentos, porque, segundo eles, provocaria grandes impactos ambientais.



O chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, explicou que o pedido de medidas cautelares em Haia é “para evitar que as pontes sejam interrompidas e para que o governo argentino atue como deveria frente a essa situação”.



Em 13 de julho, a Corte de Haia rejeitou por 14 votos contra um o pedido argentino de deter a construção das fábricas das empresas finlandesa Botnia e espanhola Ence às margens do rio Uruguai.



Nesta quinta-feira, o embaixador uruguaio disse que a demanda relata todo o ocorrido em decorrência dos protestos argentinos, além de uma série de considerações jurídicas de fatos que levaram o Uruguai a pedir medidas cautelares para que o governo argentino faça algo a respeito.



Interferência de Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegará a Montevidéu no dia 18 ou 19 de dezembro para uma visita oficial dedicada à solução do conflito, informou o líder da oposição uruguaia, senador Jorge Larrañaga.



O senador, que nesta quinta-feira se encontrou com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, disse que o chefe de Estado lhe comunicou que Lula visitará o Uruguai para tratar, entre outros temas, “do relacionamento com a Argentina”.



Lula não compareceu à Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de Governo, celebrada de 3 a 5 de novembro, em Montevidéu.



A ausência de Lula foi uma decepção para o governo uruguaio, que esperava obter o apoio do líder brasileiro contra os bloqueios de pontes na fronteira, por parte de cidadãos argentinos, para protestar contra a instalação da fábrica de celulose.



Da redação, com agências