“Duelo” pela presidência do Senado mobiliza lideranças

No dia em que o senador José Sarney reafirmou o apoio à reeleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, o senadore Agripino Maia (PFL-RN), que disputará o posto com Renan, tentou arrancar do PSDB uma declaração de apoio à sua candidatura, al

Senador reeleito pelo Amapá, o peemedebista maranhense José Sarney divulgou, nesta quinta-feira, o seu apoio ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) na disputa à reeleição para a Presidência do Senado. Sarney afirmou que o PMDB deve se manter na condução do Senado porque tem a maior bancada de parlamentares. “Somos a maior bancada do Senado e temos o direito de indicar. Não poderíamos escolher outro nome senão o do senador Renan Calheiros, que vem desenvolvendo um excelente trabalho na presidência do Senado”, disse.


 


Embora não tenha lançado o seu nome oficialmente na disputa, Renan costura, nos bastidores, o apoio de governistas e da oposição para a sua reeleição. A exemplo de Sarney, o presidente do Senado defende que o PMDB presida a Casa.


 


A reação do PMDB veio depois de o PFL ter indicado o senador Agripino Maia (RN), nesta quarta-feira, para o cargo de Renan. Os pefelistas dizem que eles, ao invés do PMDB, detêm a maior bancada após as últimas eleições ao Senado, com 20 parlamentares. Mas o argumento do PMDB é que o partido terá o maior número de senadores no dia da posse, em 1º de fevereiro do ano que vem, certos de que vários pefelistas deverão deixar a legenda. Um deles é a senadora Roseana Sarney (MA), que já anunciou o desligamento do PFL para se filiar ao PMDB.


 


Renan carrega, ainda, o apoio do Palácio do Planalto. Embora Renan ainda não tenha anunciado a intenção de se manter no cargo, tem preferido articular nos bastidores para evitar um confronto direto com Agripino e desgastar o apoio ao seu nome entre os parlamentares.


 


Declaração do PSDB


 


Tentando ampliar o terreno da candidatura pefelista, o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que recebeu a garantia do PSDB de que o partido irá apoiar a candidatura do senador José Agripino Maia (RN) à Presidência do Senado.


 


“O Tasso [Jereissati] deu sinal verde [para o apoio], demonstrou que a parceria continua e que o PSDB vai adotar a candidatura do Agripino”, revelou. “A não ser que o Tasso e o [Arthur] Virgílio [líder do partido no Senado] não tenham alcance com o PSDB, eles não vão me apoiar”, emendou Agripino.


 


Para garantir o apoio dos tucanos, o PFL entoa discurso contrário ao do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tenta a reeleição.


 


Renan vende a idéia de que se Agripino perder a eleição, o PSDB ficará fora da Mesa Diretora nos próximos dois anos. Por esta tese, os senadores votariam em chapas fechadas. Ou seja, se o PSDB está na chapa de Agripino concorrendo a um dos cargos na direção do Senado, não poderá participar da chapa de Renan.


 


Os tucanos ocupam hoje a segunda vice-presidência do Senado, a segunda-secretaria e ainda duas suplências na Mesa Diretora. Renan já teria oferecido ao partido, em troca de apoio, mais a presidência da CAE (Comissão de Assunto Econômicos) do Senado.


 


O candidato do PFL acusa Renan de “agir de forma infantil” ao espalhar a tese de que a eleição da Mesa não atenderá ao tamanho dos partidos na Casa. “Quem for eleito vai ter que administrar com todos e seguir o princípio da proporcionalidade se quiser governar com harmonia”, disse Agripino.


 


Na avaliação de Agripino, a eleição para os demais cargos da Mesa não estará vinculada a da Presidência da Senado.


 


Outro argumento do senador para atrair o apoio dos tucanos é que ele será o principal defensor no PFL da manutenção da aliança com o PSDB.


 


Pefelistas como o grupo do prefeito César Maia admitem que os dois partidos devem se distanciar nas eleições presidenciais de 2010, o que seria ruim para os tucanos. “Ganhando a eleição vou ser o principal defensor o fortalecimento da relação do PFL com o PSDB”, disse.


 


Da redação,
com agências