Coalizão testa unidade na Câmara, para evitar “novo Severino”

A indicação de candidato único a uma vaga de ministro no Tribunal de Contas da União (TCU), na próxima semana, será o primeiro teste da coalizão liderada pelo PT e PMDB, antecipando a prova de fogo que vai ser a eleição do presidente da Câmara, em feve

O Palácio do Planalto não quer repetir o desastre político das eleições para a presidência da Câmara em 2005, quando lançou dois candidatos e perdeu para Severino Cavalcanti (PP-PE).


 


Cinco partidos ligados ao governo registraram candidatos à vaga de ministro do TCU, que será decidida pelo plenário da Câmara na terça-feira.


 


São candidatos Paulo Delgado (PT-MG), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Luiz Fleury (PTB-SP), José Antonio (PSB-MA) e Ademir Camilo (PDT-MG). Pela oposição, concorrem Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Mota (PSDB-CE).


 


Líderes dos cinco partidos governistas decidiram fazer eleições prévias nas bancadas, terça-feira, e concentrar votos no vencedor desse processo.


 


“Será o primeiro ensaio de unidade para a futura coalizão”, disse o vice-líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN), um dos articuladores das prévias.


 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito aos aliados que vai esperar a definição do comando do Congresso para compor o ministério da coalizão.


 


Além de PT, PMDB, PSB, PDT, PCdoB e PRB na coalizão, Lula deve dar cargos ao PTB, PL, PP e PV em troca de apoio das bancadas.


 


Movimentos


 


Na quarta-feira, a bancada do PMDB vai se reunir para declarar que terá candidato próprio à sucessão de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na presidência da Câmara, mas sem indicar ainda o nome.


 


O PMDB elegeu a maior bancada de deputados (89), seguida pelo PT (81), que também articula a candidatura do líder do Governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) ao lugar de Aldo.


 


“É natural que o PMDB, com a maior bancada, apresente um candidato, mas não vamos permitir que isso comprometa a coalizão”, disse o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-líder da bancada e articulador da coalizão.


 


A candidatura do PT é “um movimento pra valer”, disse nessa quinta-feira o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, apesar da preferência do presidente Lula pela reeleição de Aldo, manifestada a interlocutores logo depois do segundo turno eleitoral.


 


Segundo o ministro, o governo não pretende interferir na disputa pela presidência da Câmara, avalia que são legítimos os movimentos tanto do PT quanto do PMDB, mas acredita que a disputa não levará os partidos ao rompimento.


 


Senado


 


Também no Senado o Palácio do Planalto terá que trabalhar para que a base não se divida e permita que um candidato da oposição, provavelmente o senador José Agripino (PFL-RN), conquiste a presidência.


 


Aliado de Lula desde junho do ano passado, quando negociou o apoio de parcela do PMDB no meio da crise do mensalão, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tenta se manter na presidência do Senado.


 


Para isso, Renan precisa garantir o apoio dos seis senadores do PMDB que adotaram uma posição de “independência” diante da coalizão com o governo e que podem desequilibrar a frágil maioria governista no Senado.


 


Fonte: Reuters