42 a 2 na votação do PMDB a favor da coalizão com Lula

O PMDB vai participar no governo de coalizão proposto pelo presidente Lula. A decisão foi tomada na reunião do Conselho Político do Partido, que ocorreu no final da manhã desta quinta-feira (30), no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. A deci

Participaram da reunião 45 pessoas. O resultado foi 42 a favor, dois contra e uma abstenção. Os votos contrários à coalizão foram de Jarbas Vasconcelos e do governador de Pernambuco, Mendonça Filho. O diretório do Acre se absteve.


 


O presidente do Partido, Michel Temer, disse que fazia questão de ''referendar as palavras no sentido de que a nossa apreciação foi em cima de um programa mínimo de coalizão''. Ele lembrou que muitos se manifestaram durante a reunião, destacando a fala do senador Pedro Simon (RS) de que ''não quer ver o PMDB discutindo apenas cargos e ministérios, o PMDB vai levar em conta as propostas para o País''.


 


Diante da insistência dos jornalistas de que Temer definisse as condições para a manutenção da aliança do PMDB com o governo Lula, ele disse que ''não vamos falar em rompimento, quando a gente está acabando de anunciar o acordo''.


 



Ele disse que já tinha falado com o ministro Tarso Genro, para anunciar a decisão e que o ministro teria dito que era um momento especial para o governo. E que no retorno do Presidente Lula ao Brasil – o Presidnet está em ciagem para Nigéria -, eles se encontrarão.


 


A partir de agora, o PMDB vai organizar as propostas que levará a Lula e caberá ao governador Germano Rigotto (RS) organizar a parte relativa à reforma tributária. O conselho político é formado por 60 votantes entre ex-presidentes do partido, presidentes dos diretórios regionais, governadores atuais e outras lideranças.


 


O ex-presidente e senador José Sarney chegou ao encontro defendendo o direito do PMDB de indicar o presidente do Senado e afirmou que não tem procedência o argumento do PFL, que defende o direito de indicar o presidente da Casa, por ter maior número de senadores. Participam do Conselho Político, com direito a voto, ex-presidentes do PMDB, presidentes dos diretórios regionais, governadores atuais,
ex-líderes e ex-presidentes da República.


 


O senador Jarbas Vasconcelos admitiu que houve um desconforto no resultado da votação, porque acreditava que a oposição seria de 10%, mas a discrepãncia de um ou dois, que será avaliado como desidência reduzida do Partido. ''A maioria quer apoiar Lula'', reconheceu, mas garantiu que a posição dos seis senadores que se declararam independentes permanece.


 


Para Michel Temer, essa posição não compromete o apoio do Partido ao governo Lula, ''porque eu tenho certeza que os senadores não votarão contra os intreresses do país''.


 


O senador pernambucano faz uma previsão de que a coalizão não vai se prolongar, ''mas é um processo mais longo, de mais de um ano, mas que já mostra consequência no primeiro semestre desse ano'', disse, acrescentando que ''os que forem em busca de espaço – o espaço não vai dar prá todos – vão se frustrar e se decepcionar e podem voltar para posição de oposição e a gente não tem porque perguntar por que eles estão voltando. Esse movimento de não adesão ao governo Lula pode contaminar outras pessoas''.



De Brasília
Márcia Xavier