Tarso Genro prepara reunião com PCdoB e critica grande mídia

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, acusou, na manhã desta quarta-feira, a imprensa de ter despolitizado as eleições de 2006. ''Não estou me referindo a todos, mas sim à ''grande mídia''. Ela despolitizou as eleições'', disse Tarso, em

O ministro ainda fez críticas à oposição. Sem citar partidos, Tarso disse que o PT tem uma ''visão mais avançada da democracia''. As afirmações foram feitas pelo ministro durante o Salão Nacional de Territórios Rurais, que acontece em Brasília.


 


Previdência


 


Tarso também comentou sobre a questão da Previdência e reafirmou o discurso do presidente Lula, feito na véspera. Segundo o ministro, o governo não fará uma nova reforma do setor sem antes melhorar a gestão do sistema e reduzir o rombo nas contas da Previdência, que deve superar os R$ 40 bilhões este ano. Ele afirmou ainda que nenhuma medida atingirá os direitos das classes mais pobres.


 


''A posição do presidente em relação à reforma da Previdência é clara: nenhuma mudança será feita sem antes tomar medidas radicais de gestão e reduzir seu déficit. Nenhuma modificação no futuro vai prejudicar os direitos dos de baixo. É isso que o presidente está sinalizando'', disse Tarso.


 


Em rápida entrevista, o ministro afirmou também que o veto do presidente Lula ao reajuste dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público, não sinaliza uma abertura de crise, porque as relações entre as partes estão amadurecidas.


Segundo ele, qualquer medida do governo será feita nos limites da lei, sem afrontar os demais poderes. ''Acho que não há nenhuma possibilidade de crise. Há hoje um grande amadurecimento nas relações entre o Poder Judiciário e o governo. Tudo o que o governo fizer, fará dentro da estrita margem da legalidade, sem nenhum tipo de afrontamento aos poderes. O diálogo do Judiciário com o governo já se demonstrou exemplar em outros momentos e vai continuar sendo'', disse.


 


Nesta terça-feira, Lula vetou trechos de projeto que instituía pagamentos de jeton aos integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O projeto previa pagamento de 12% por sessão realizada no conselho. Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, Lula também deve vetar uma gratificação prevista no plano de carreira do Judiciário. O ministro disse que o plano não foi aprovado exatamente como o Executivo e o Judiciário combinaram.


 


Reunião com PCdoB


 


Sobre o governo de coalizão que está sendo articulado pelo presidente Lula, o ministro resumiu como uma construção política sofisticada. Segundo ele, não se forma um governo para depois ter a base no parlamento. ''É o contrário. Se estabelece uma relação com os partidos, ritos programáticos, e a partir daí é que se parte para a formação do governo. Isso é mais do que um artesanato. É uma ourivesaria'', disse Tarso, que vai se reunir à tarde com o PCdoB para preparar a reunião que o partido terá com Lula na segunda-feira, para tratar do assunto.


 


Questionado se um integrante desse governo de coalizão poderá sofrer retaliações no caso de votar contra o governo, Tarso disse que ninguém deve votar contra a sua consciência. ''Uma coalizão busca um programa mínimo que é genérico'', afirmou.


 


Da redação,
com agências