Heloísa Helena pede “direito de existir”

“Nós queremos o nosso direito de continuar existindo, não é nem mesmo as mesmas chances que efetivamente elas não se consolidam como tal”, disse a senadora Heloísa Helena, presidente do PSOL, em seu discurso no ato político “Por uma Reforma Política, D

Com palavras firmes, que caracterizam os seus pronunciamentos, Heloísa Helena disse que não admitira discutir a representação parlamentar que está ameaçada com a cláusula de barreira. “Os que estão aqui estão, eleitos, podem votar, falar, participar de comissões”.


 


As palavras de objeção ao termo “deputado zumbi” recebeu aplausos e manifestações de concordância da platéia. “Não estou aqui para discutir representação parlamentar, não vou discutir isso de parlamentar zumbi, porque é até um elogio ser zumbi, dandara, república do palmares, só não pode dizer que somos parlamentares de segunda categoria”.


 


Ela destacou que “cada um dos partidos que aqui está tem história para contar, como  PV e PCdoB, antigos na história de luta, que deram extremas e significantes contribuições ao Brasil em causas ambientalistas e na resistência democrática e o PRB que junto com o PSOL são dois partidos que foram submetidos a uma legislação eleitoral que nenhum outro foi.


 


Heloísa Helena lembrou a trajetória de constituição do seu Partido, comparando a “uma travessia no deserto, encontrando peregrinos, caminhantes, militantes socialistas que nos apoiaram, uma tarefa muito difícil, que achamos que não iríamos agüentar”. E enfatizou que “esse é o processo democrático brasileiro, porque não estamos em plena democracia, sem justiça social ela não se consolida como tal”.


 


Para Heloísa Helena, que foi a terceira candidata mais votadas nas últimas eleições presidenciais, as diferenças entre os partidos são gritantes. “O programa de TV é diferente, o acesso ao financiamento de campanha – uns com 100 milhões e outros com 200 mil, já não existe a plena liberdade estabelecida no estado de direito”, afirmou.


 


E acrescentou que : “Como se isso muito já não fosse, querer esmagar as estruturas partidárias”, denunciou, reafirmando as palavras dos demais dirigentes partidários de que “a fusão não é a opção dos partidos que aqui estão, é mais fácil, é mais cômoda, mas não é a opção, queremos continuar”.


 


Ela também falou sobre “as divergências políticas dos partidos que estão nesse ato e a oposição implacável, sem nenhuma flexibilidade tática, que fazemos ao governo, mas não é justo que o vice-presidente José Alencar, que hoje é o Presidente da República, em pleno gozo do seu direito constitucional e o partido dele não possa ter os mesmos direitos”, citando igualmente o caso do Presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, do PCdoB, que também assumiu a Presidência da República interinamente.


 


De Brasília
Márcia Xavier