Bush cobra da Otan mais tropas para Afeganistão 

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, cobrou dos países-membros do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) o envio de mais tropas ao Afeganistão. Em declaração feita na terça-feira (28/11) na Estônia, antes da reunião da cúpula do pacto na Letô

Segundo correspondentes, as declarações do presidente americano são uma crítica velada aos países que impõem restrições em onde e como seus soldados serão usados. Entre eles está a Alemanha, que foi acusada de manter seu contingente na área relativamente pacífica do norte do Afeganistão, ao invés de enviá-lo para os locais onde a resistência é mais ativa, como no sul do país.


 


O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, disse esperar que a organização começe a passar gradativamente o controle da segurança para as forças afegãs em 2008.


 


A estabilização do Afeganistão é uma “missão possível”, disse Scheffer, em uma tentativa de convencer membros hesitantes do pacto a reafirmarem seu compromisso com a ocupação militar do país.


 


O secretário-geral da Otan fez sua declaração às vésperas da cúpula da Letônia, a primeira da organização realizada em território da antiga União Soviética. Scheffer alegou que, se países como França, Alemanha, Itália e Espanha não abrirem mão das ressalvas que mantém suas tropas longe das áreas mais perigosas do Afeganistão, o país pode voltar a ser “um buraco negro para o terrorismo”.


 


As forças de ocupação lideradas pelo pacto ocidental enfrentam forte resistência de militantes do Talebã no sul do país nos últimos meses, onde os combates chegaram a níveis que não eram vistos desde a invasão e posterior derrubada do regime, que há dez anos era patrocinado pelos EUA.


 


Cerca de 90% das baixas sofridas pelas tropas que servem sob a bandeira do pacto envolveram apenas quatro países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Holanda. Alemanha, França, Espanha e Itália têm tropas no Afeganistão, mas em áreas onde a resistência tem menor atuação.


 


A cúpula, que começa nesta quarta-feira (29/11) também deverá debater o papel da Otan como aliança militar no século 21.


 


“Ainda há mensagens demais da Guerra Fria na forma como a Otan é estruturada”, disse Scheffer, acrescentando que a parceria com nações em todo o mundo “tem muito potencial”.