Quebec é reconhecida como nação dentro do Canadá

O Parlamento canadense reconheceu formalmente os habitantes da província de Quebec como uma “nação dentro do Canadá”, num ato simbólico que levou à renúncia de um ministro e que voltou a colocar em pauta as pressões pró-independência por parte da provínci

A moção, apresentada na segunda-feira (27/11) pelo primeiro-ministro Stephen Harper, do Partido Conservador, de direita, declara que os habitantes de Quebec “integram uma nação dentro de um Canadá unido”.


 


A resolução é simbólica e não exige nenhuma espécie de alteração nas leis ou de apresentação de proposta de emenda constitucional.


 


A moção proposta pelo chefe de governo agradou parlamentares do Partido Liberal e do oposicionista Novo Partido Democrata, o que facilitou sua aprovação no Parlamento.


 


A proposta do chefe de governo teve como objetivo esvaziar uma iniciativa similar do Bloc Quebecois, partido nacionalista de centro-esquerda que representa Québec no Parlamento canadense com 51 deputados, segundo seus representantes.


 


Cientes da manobra, os integrantes da organização apoiaram com relutância a proposta de Harper.


 


“Este governo acredita piamente que chegou o momento para a reconciliação nacional”, declarou Harper perante a Câmara dos Comuns horas antes da votação, iniciada na noite de ontem.


 


Forças progressistas apoiam


 


O Partido Comunista de Quebec (PCQ), cujos militantes pertencem também ao PC do Canadá, apoia a proposta de independência. O PCQ teve seu registro cassado pela legislação eleitoral canadense em 2002 e hoje é um dos partidos fundadores da União das Forças Progressistas (UFP), criada em 2005.


 


A UFP propõe a independência do Quebec para favorecer a emancipação social, a igualdade e a justiça para todos os cidadãos. “A independência não é o único objetivo para aqueles que a defendem, mas um meio de realizar nosso projeto de uma nova sociedade”, afirma a organização em seu site.


 


Antes da votação, Michael Chong renunciou ao cargo de ministro de assuntos intergovernamentais sob a alegação de que não poderia aceitar o “nacionalismo étnico” implícito na iniciativa de Harper.


 


A província de Québec já levou a referendo em duas ocasiões a proposta de independência. A última dessas iniciativas, ocorrida em 1995, foi derrotada por estreita margem de votos.