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O PCdoB é bom de voto. E demonstra isso ao participar de eleições majoritárias

A reunião do Comitê Central, realizada neste final de semana, em São Paulo, avaliou os resultados eleitorais do Partido e convocou os comunistas para participarem da Conferência sobre as Mulheres e do ato público pelos trinta anos da Chacina da Lapa

O PCdoB é bom de voto, e isso fica demonstrado quando o Partido participa de eleições majoritárias, como ocorreu na disputa deste ano para o Senado – esta avaliação, feita por Renato Rabelo, reflete a compreensão geral dos membros do Comitê Central do Partido, cuja reunião se encerrou ontem. O Presidente Nacional do PCdoB avaliava o desempenho eleitoral dos comunistas, ressaltando a importância da eleição de um senador (Inácio Arruda, do Ceará) e de 13 deputados federais, computando mais de 2,1% dos votos nacionais para a Câmara dos Deputados e de 7,5% para o Senado, resultado que deu ao Partido a quinta maior votação para a câmara alta, à frente de legendas como o PSB, o PV, o PTB ou o PDT. Além disso, o Partido conseguiu cumprir uma parte substancial da draconiana cláusula de barreira instituída pela lei 9096/95, obtendo mais de 2% para a Câmara dos Deputados em nove estados (a lei exige, também, 5% dos votos para a Câmara dos Deputados). “Fizemos a transição para entrar de forma plena na batalha eleitoral”, enfatizou Renato. “O Partido é bom de voto, mas tem que entrar nas disputas”, concluiu.
 


A avaliação do Comitê Central sobre a eleição reiterou o julgamento já manifestado pela Comissão Política Nacional do Partido, na reunião do dia 10 de novembro (que considerou o resultado positivo), ressaltando a vitória para o Senado e para a Câmara dos Deputados, com a limitação de que o projeto eleitoral do Partido em relação à ampliação do número de deputados estaduais não ter sido alcançado.
 


Outro ponto de consenso entre os dirigentes nacionais do PCdoB, ressaltado por Renato Rabelo, foi a avaliação positiva da transição da tática eleitoral do Partido que, nesta eleição, ao contrário daquilo que tem ocorrido desde 1989, envolveu a participação em disputas majoritárias naqueles estados onde as condições para isso foram favoráveis, e na apresentação de chapas próprias para as eleições de deputados estaduais e federais nas unidades da federação onde os comunistas apresentaram acúmulo político que permitiu essa postulação.
 


Outro ponto de pauta foi o debate da avaliação política dos resultados eleitorais do PCdoB, que foi orientado por um texto apresentado por Walter Sorrentino, e que nos próximos dias será divulgado pela imprensa partidária na forma de um artigo assinado pelo Secretário Nacional de Organização. Ele considerou necessário o amadurecimento do debate do resultado eleitoral e indicou a urgência de serem extraídas as lições do embate enfrentado pelo Partido nas urnas e, como consequência principal, a necessidade de promoção de ajustes na linha de estruturação partidária, a partir do aprendizado que pode ser retirado do processo eleitoral. Este é o sentido atual da consigna que exige cuidar mais e melhor do Partido, disse.
 


A reunião também aprovou uma resolução sobre a convocação da I COnferência Nacional sobre a Questão da Mulher, marcada para março de 2007. Ao encaminhar a votação, o secretário nacional de Juventude e de Movimentos Populares e Sociais, Ricardo Abreu (Alemão) chamou a atenção do plenário para o fato de que esta não será uma “conferência das mulheres”, mas do PCdoB, para tratar das questões emancipacionistas e ajudar na formulação da política e da ação do Partido nesta área estratégica da luta social.
 


Finalmente, o historiador Augusto Buonicore convocou os membros do Comitê Central e os demais militantes comunistas para participarem do Ato Político que será realizado no dia 11 de dezembro, na Assembléia Legislativa de São Paulo, em memória dos mártires da Chacina da Lapa, perpretada pela repressão política da ditadura militar em dezembro de 1976 e que, agora, completa trinta anos.