Hezbolá convoca libaneses às ruas para demitir governo

O movimento político e de resistência libanesa Hezbolá convocou nesta segunda-feira os libaneses a participarem na próxima semana de um protesto público pela demissão do atual governo, do primeiro ministro Fuad Siniora.

A recente crise política deflagrada com o assassinato de Pierre Gemayel elevou as tensões no Líbano, a ponto de a mídia ocidental dar relevo a declarações de Siniora sobre a possibilidade de uma nova guerra civil no país.


 


O governo, integrado em sua maioria por ministros pró-EUA, foi incapaz de sustentar uma reação organizada à última agressão perpetrada por Israel contra o país em setembro passado. O Hezbolá exige, assim, a demissão do atual primeiro-ministro e de seu governo.


 


Para os aliados do primeiro-ministro, o Hezbolá pretende apenas colocar contra a parede o governo, por este ter aceito a criação de um tribunal internacional para “investigar” o assassinato de Pierre Gemayel.


 


“Nós estamos rumando para um confrontamento”, afirmou um dos líderes da oposição, que a agência Reuters não identificou. “O espaço para uma solução política está ficando cada vez menor. Não há outro lugar senão as ruas para um confronto político”, disse.


 


Centenas de libaneses foram às ruas de Beirute, indignados com o que chamaram de “provocação” por parte de políticos pró-EUA, que teriam estigmatizado o líder do Hezbolá, o xeque Saíd Hassan Nasrallah, durante a cerimônia de enterro de Gemayel.


 


Ao mesmo tempo, Nasrallah apelou aos manifestantes, por meio do canal de telvisão do Hezbolá, al-Manar, que dispersassem e evitassem confrontos. Segundo a mídia local, as demonstrações de ambos os lados terminaram pacificamente.