Colômbia: Senador revela acordo de políticos e paramilitares

Cerca de 40 parlamentares e governadores colombianos assinaram em 2001, um ano antes da eleição do presidente Álvaro Uribe, um pacto com paramilitares de direita para criar um movimento que defendesse seus interesses, confessou um senador da base governis

As revelações do senador Miguel de la Espriella, em entrevista ao jornal “El Tiempo”, aumentam o peso das denúncias que vêm sendo feitas há um mês contra integrantes da base parlamentar de Uribe, reeleito neste ano. A Suprema Corte de Justiça já determinou a prisão de três congressistas, acusados de financiar paramilitares responsáveis por massacres de agricultores.



Segundo Espriella, o encontro entre políticos e paramilitares aconteceu no casarão de Santa Fé de Railito (norte do país) – que depois se tornou a sede das negociações de paz do governo Uribe com os paramilitares das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia).



As AUC foram criadas nos anos 80 para combater as guerrilhas de esquerda com o apoio do Estado. Cerca de 30 mil integrantes do grupo se desmobilizaram como parte do acordo com Uribe e agora esperam julgamento em cortes especiais. A pena máxima será de oito anos de prisão.



De acordo com o senador, no documento os políticos se comprometiam com um processo de paz com a AUC. Ele disse, no entanto, que o presidente não assinou o documento.



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