Nelson Jobim articula para ser presidente do PMDB

Em seu blog no portal G1, a jornalista Cristiana Lôbo informa que o ex-presidente do Supremo Tribunal Fedral (STF), Nelson Jobim, cotado para ocupar posto de destaque no executivo federal, pensa em disputar a presidência do PMDB “para trabalhar na unif

Citado em todas as conversas de petistas como o mais provável representante do PMDB na equipe do segundo mandato, Nelson Jobim mudou de planos: agora, quer ser presidente do PMDB, partido ao qual voltou a se filiar quando deixou o Supremo Tribuna Federal, este ano. Ele já deixou claro ao presidente Lula que não gostaria de voltar ao ministério que já ocupou no governo Fernando Henrique, o Ministério de Justiça, e o cargo de articulador político não o entusiasma. Mas gostaria de ser presidente do PMDB para trabalhar na unificação do partido.


 


Jobim tomou a decisão e começou a agir. Já está sondando as diversas correntes do partido sobre suas possibilidades. Ele está entusiasmado com a receptividade. Esta semana mesmo ele teve uma conversa com o senador Jarbas Vasconcelos, um dos seis senadores peemedebistas que já declararam independência. Jarbas e Jobim têm fortes laços políticos, que existem desde o tempo em que ambos conviveram com Ulysses Guimarães. Os dois gostaram da conversa. Depois, ele procurou o atual presidente do PMDB, Michel Temer para dizer que gostaria de ser presidente do partido, mas não iria confrontá-lo. Se o trabalho for bem conduzido, diz um peemedebista, Temer pode ser até o coordenador da campanha de Jobim pela presidência do PMDB.


 


As chances de Jobim são reais. Segundo articuladores do PMDB, se Lula apressar os entendimentos com o partido, tanto na participação no governo quanto em relação às mesas das duas Casas legislativas, o próprio PMDB poderá fazer um movimento interno de unificação e o nome de Jobim surgir naturalmente. Quando ao destino de Michel Temer, alguns peemedebistas lembram que ele já ocupou a liderança do partido por dois anos, foi presidente da Câmara por quatro anos e há seis anos é presidente do PMDB. Está, portanto, há 12 anos em cargos de representação partidária – tempo suficiente. E que ele poderia continuar como deputado ocupando espaço importante, porém, sem ocupar cargos.


 


– Nesta falta de quadros que existe no parlamento, Temer pode se destacar – disse um peemedebista.


 


Mas Temer deseja que o debate sobre a sucessão no comando do partido só seja deflagrado a partir de janeiro, quando estiver encerrada a negociação entre o PMDB e o presidente Lula em torno do chamado “governo de coalizão”.


 


A idéia de Jobim entusiasmou o governo. Ele é gaúcho como o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. Os dois têm boa convivência. No governo, sempre houve uma torcida pela renovação no comando do PMDB. Sempre houve desconfiança em relação a Michel Temer. Temer, agora, no entanto, vem dando demonstrações de que está respeitando o desejo da maioria do partido de se aliar ao governo.


 


Por outro lado, Temer não gostou do assunto vir a público neste exato momento em que está negociando com o presidente a participação do partido no governo. Menos, ainda, de ter visto ser atribuída a Jobim a tarefa de pacificar o PMDB. “A pacificação está sendo feita agora. Eu vou entregar o partido, se entregar, ele já pacificado”, disse Temer à jornalista Cristiana Lôbo, revelando que na conversa com Jobim não antecipou se será ou não mais uma vez candidato à presidência do partido.


 


Fonte: Blog da Cristiana Lôbo