UNE e Ubes protestam contra reajuste das passagens em SP

Cerca de 500 manifestantes, liderados pela UNE e pela Ubes, se concentraram na Praça da Sé, região central de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (23/11) em protesto contra o aumento na tarifa de ônibus da capital. Na próxima terça-feira, dia 28, o

''Vamos nos mobilizar contra esse reajuste. R$ 2,30 não dá'', disse o presidente da Ubes Thiago Franco. De acordo com ele, o aumento corresponde a mais do que o dobro da inflação em São Paulo desde o último reajuste, o processo foi feito sem o conhecimento da população: ''Nada foi discutido com a sociedade, nem mesmo a Câmara dos Vereadores participou As planilhas de custos não foram devidamente apresentadas''.


 


Representantes de entidades estudantis – como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Paulista dos Estudantes (UPE) -, do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), alguns vereadores, membros do Sindicato dos Metroviários e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), integraram parte do protesto.


 


A marcha também alerta para a possibilidade do aumento nas tarifas do metrô. O protesto começou na Praça da Sé e passará em frente à Secretaria de Transportes e à Prefeitura Municipal. ''Vamos levar os estudantes das salas de aula, para reivindicar uma questão de interesse de todos jovens. Os altos preços da passagem tiram os alunos da escola – e esse é um problema grave'', disse Thiago Franco.


 


Um prefeito contra os estudantes
Recentemente, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), chegou a sugerir que o valor das tarifas na cidade se deve ao meio-passe estudantil – uma das maiores conquistas dos estudantes. ''O meio-passe é uma garantia não só para o jovem, mas para toda a família que também é beneficiada. Essa questão não justifica os aumentos'', questiona Thiago.


 


A manifestação foi a primeira de uma série planejada pelas entidades. Segundo Gustavo Petta, presidente da UNE, essa seqüência de atividades será ''tão grande como as que aconteceram nos últimos anos em Salvador e Santa Catarina''. Petta se refere à ''Revolta do Busão'' e ''Revolta da Catraca'', que ganharam os noticiários nacionais no ano passado e levaram milhares de estudantes às ruas em protestos contra o aumento das passagens.


 


Para o presidente da Upes, Tiago Andrade, mais uma vez a prefeitura mostra que não possui nenhum tipo de diálogo com a população. ''Os alunos das escolas particulares já sofrem com os reajustes nas mensalidades, sempre executados no final do ano'', lembrou. ''E muitos outros estudantes não conseguem pagar a passagem e acabam engrossando os dados da evasão escolar.''