Equador: Campanha presidencial termina sem nenhum favorito

A campanha para o segundo turno das eleições presidenciais do Equador termina nesta quinta-feira (23/11) sem que nenhum dos dois candidatos seja o favorito para ocupar a Presidência do país.

A incerteza dos cidadãos chega também à maioria das empresas pesquisadoras, que não se atreveram a indicar um ganhador claro. Os especialistas também não conseguem determinar quais são os pontos fortes e fracos do multimilionário populista Álvaro Noboa e do esquerdista cristão Rafael Correa.



O Instituto Gallup divulgou na semana passada que a vantagem de Noboa, que era de 15% até o início de novembro, caiu para 4%, números que apontam um empate técnico entre os dois candidatos.



Antes da meia noite desta quinta-feira – a partir de quando fica proibida a propaganda política – Correa encerrará sua campanha com um comício em Quito, onde tem mais apoio, enquanto Noboa, cujo maior respaldo está no litoral, fará o mesmo na cidade portuária de Guayaquil.



Confiabilidade
Como a maioria dos analistas, Polibio Córdova, diretor da empresa de pesquisa Cedatos, afirmou em um encontro com jornalistas da imprensa estrangeira que o fator decisivo será “a credibilidade” dos candidatos. Ele também preferiu não prever quem ganhará as eleições.



Córdova disse que “nenhum dos dois são plenamente confiáveis, mas que Noboa é ainda menos confiável”. Segundo o analista, suas promessas de emprego, habitação, microcréditos e de saúde lhe renderam votos no primeiro turno, mas agora elas podem ter um efeito contrário.



Além de considerar que a promessa de Noboa de construir 300 mil casas ao ano “se transformou em uma dor de cabeça para ele” – já que isto é pouco provável que aconteça –, Córdova acredita que o multimilionário acabou sendo prejudicado por sua campanha suja contra Correa.



Na opinião de Córdova, Correa, por sua vez, foi também prejudicado pelas denúncias de fraude que ele próprio fez após o primeiro turno, “pois o povo o viu como um mau perdedor”, e também por sua mudança de discurso no segundo turno, que faz com que ele pareça um candidato “instável”.



No total, cerca de nove milhões de equatorianos irão às urnas no próximo domingo. Após os contratempos do primeiro turno, o Tribunal Eleitoral do país espera que até a noite de segunda-feira o novo presidente do Equador já seja conhecido oficialmente.