Começa hoje o 20º Congresso Nacional de Pós-Graduandos

Belo Horizonte vai receber a partir de hoje, 23, até o dia 26 centenas de pós-graduandos de todo Brasil. Os estudantes reúnem-se na UFMG para o 20º Congresso Nacional de Pós-Graduandos. O mote do evento é Pós-Graduação e desenvolvimento nacional: o desafi

A Universidade Federal de Minas Gerais sedia, em Belo Horizonte, de hoje, dia 23, até o próximo domingo, a 20ª edição do Congresso Nacional de Pós-Graduandos. O evento, que faz parte da agenda da Associação Nacional de Pós-Graduandos, terá como tema Pós-Graduação e desenvolvimento nacional: o desafio da absorção no mercado de trabalho. O assunto vai ao encontro da tendência desenvolvimentista que deverá marcar a segunda gestão do governo Lula, focando o aproveitamento do conhecimento gerado pelos estudantes como contribuição para o avanço da sociedade brasileira, bem como a inserção dos pós-graduandos nos postos de trabalho.



Paralelamente, acontece também na capital mineira a I Mostra Científica da ANPG, na qual os pós-graduandos inscritos poderão expor, por meio de painéis, as pesquisas que desenvolveram. Os participantes receberão certificados de apresentação e publicação do trabalho nos registros do congresso.

Desde 2002, a entidade é dirigida por membros da União da Juventude Socialista. A atual presidente é Elisa Campos (foto), militante da UJS, eleita com a nova diretoria em outubro de 2005. Para concorrer à presidência da próxima gestão, os jovens socialistas apóiam Luíza Rangel, atualmente diretora executiva da ANPG. Com uma gestão bastante atuante no meio estudantil, a entidade pôde promover, por exemplo, a retomada do Plano Nacional de Pós-Graduação, a criação da licença-maternidade para pós-graduandas do CNPq e o retorno das taxas de bancada.


UJS: com ciência e atitude


Para esta edição do congresso da ANPG, a União da Juventude Socialista lançou o movimento Com ciência e atitude. Para contribuir com o debate a ser travado durante os quatro dias do encontro, a entidade elaborou um anteprojeto homônimo. No âmbito internacional, considerando a convergência da tendência de integração latino-americana, o documento ressalta o papel determinante do Brasil para a formação dessa unidade. “Dadas as dimensões de nosso país em termos de território, população e PIB, e considerando a orientação avançada das forças que respondem pelo governo central, o Brasil representa hoje um autêntico contrapeso à dominação imperialista na América do Sul. Por isso, podemos afirmar, sem risco de incorrer em exageros, que a recente reeleição de Lula para a Presidência da República é fato cuja importância transcende em muito as fronteiras do Brasil, fazendo eco por toda a América Latina e mesmo nos quatro cantos do mundo, na medida em que representa poderoso impulso ao processo positivo vivido em todo o continente”.

No que diz respeito à luta contra o imperialismo, o  anteprojeto ressalta que “a humanidade anseia pela paz e pela convivência entre as diferentes culturas, mas o imperialismo incita a guerra. Nós, do movimento Com ciência e atitude , rechaçamos o belicismo e propugnamos a unidade de todas as culturas e povos contra o imperialismo”.

O documento apóia, no âmbito internacional, entre outros,  pontos como a defesa da paz e denúncia da política belicista de George W. Bush; a luta pela autodeterminação dos povos, contra a ingerência imperialista dos EUA e aliados em países que buscam um caminho próprio, como Venezuela, Irã e Síria; o fim da ocupação militar no Afeganistão e Iraque e contra o bloqueio econômico imposto a Cuba.


Brasil em foco


Na abordagem da conjuntura nacional no documento elaborado pelo movimento Com ciência e atitude prevalece o reconhecimento pelos avanços proporcionados pela primeira gestão do governo Lula. Afinados com a principal discussão em curso, a condução da política econômica pela via desenvolvimentista em substituição às políticas de linha mais ortodoxa, os signatários do texto esclarecem que “o governo Lula, mesmo com todos os avanços que vem proporcionando, ainda tem na condução de sua política macroeconômica pessoas que enxergam antagonismo entre desenvolvimento econômico e rigor fiscal. Para essas pessoas, o arrocho salarial e o desemprego devem ser tolerados em nome do ‘combate à inflação’”.


O documento coloca como tarefa da ANPG e dos pós-graduandos “travar a luta de idéias nesse terreno, mostrando que, ao contrário disso, um crescimento econômico mais robusto pode aliviar sobremaneira a situação fiscal do Estado. Da mesma forma, para que haja crescimento duradouro não é necessário cortar programas sociais ou liquidar direitos dos trabalhadores. Muito pelo contrário”.


Assim, a tese defende, por exemplo, a manutenção da autonomia e independência da ANPG perante governos, partidos e empresas; apoio ao programa de mudanças aprovado nas eleições de 2006; defesa da soberania nacional, com ênfase na ocupação científica da Amazônia; contra a intervenção militar norte-americana na Colômbia e as provocações militares em regiões fronteiriças com o Brasil; mudanças imediatas na política macroeconômica, com redução dos juros, das metas de superávit primário e do contingenciamento de recursos destinados às áreas sociais; não à autonomia do Banco Central; por uma reforma política democrática que garanta o pluralismo e fortaleça o sistema partidário; contra a cláusula de barreira, que representa uma restrição à democracia e solidariedade à luta dos trabalhadores pelas reformas agrária e urbana.


Visando a formulação de uma política de emprego para recém-mestres e doutores, o documento apresenta propostas como a realização urgente de concurso para contratação de mais 6.500 docentes nas IFES, pelo Regime Jurídico Único e com dedicação exclusiva; reposição imediata de vagas de pessoal técnico-administrativo nos hospitais universitários; o fortalecimento do fomento, em particular para jovens talentos e grupos emergentes; ampliação do financiamento pelos editais universais do CNPq, com introdução nesses editais de reservas de financiamento para áreas novas e grupos emergentes; e a adoção de medidas de estímulo à capacidade institucional de absorção de jovens doutores.


A íntegra do documento pode ser lida aqui ou no portal da UJS (www.ujs.org.br). Para mais informações, acesso o www.anpg.org.br.



Programação



Quinta 23/11

14h – Exposição dos Painéis (trabalhos selecionados)
18h – Recepção e Credenciamento dos convidados
20h – Abertura Oficial  (Auditório da Letras) – Conferência com Professor Jorge Guimarães – Presidente da Capes
21h – Atividade Cultural


Sexta 24/11

7h – Café da Manhã
9h-  Mesa 1: A política de Pós-Graduação na América Latina: uma integração possível? Professora Doutora Maria Lucia Gazzola ( Diretora do Instituto Internacional para a Educação Superior na América Latina e no Caribe – IESALC), Professor Luciano Resende (Organização Continental Latino-Americana de Estudantes) – auditório da Letras
12h – Almoço
14h – Exposição dos posters da mostra científica
15h30 – Mesa 2: Políticas de Absorção de mestres e doutores no mercado de trabalho: desafios e perspectivas (Auditório da Letras)
18h – Jantar
19h30 – Mesa 3:Reforma do Ensino Superior (UNE, ANDIFES,CENAPET,Simpro)
22h30 – Programação livre


Sábado 25/11

7h – Café da Manhã
9h – Grupos Temáticos 4 ,5,6:
Mesa 4:Mestrado Profissionalizante
Mesa 5: Pós-Graduação à Distancia
12h – Almoço
14h – Grupos de Discussão
17h30 – Intervalo
18h – Jantar
19h30 – Plenária Final (auditorio do Direito)
22h30 – Programação livre


Domingo 26/11

7h – Café da Manhã
9h – Plenária Final
14h – Almoço
17h – Retorno