Uruguai: Câmara dos Deputados aprova Parlamento do Mercosul

A Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou nesta quarta-feira (22/11) o Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul, com os votos favoráveis da coalizão de esquerda governante, a Frente Ampla, e a oposição dos partidos Blanco e Colorado, conservadores

A oposição manifestou sua postura contrária à iniciativa e manifestou dúvidas sobre a conveniência de aprovar o projeto, devido às dificuldades que o Mercosul atravessa. O governo, por sua vez, avalia que o Parlamento do grupo de integração não pode ser afetado por problemas conjunturais do bloco.



O ex-presidente Julio María Sanguinetti (1985-1990 e 1995-2000), do partido Colorado, disse que “o Parlamento do Mercosul é um erro, está fora de tempo, não deveria ser impulsionado, e nos prejudicará”.



Segundo ele, atualmente na posição de senador, o bloco poderia chegar a um Parlamento, mas depois de ter cumprido diferentes etapas administrativas, de forma progressiva.



Espaço de diálogo
O senador governista Enrique Rubio, por outro lado, declarou que o Parlamento do Mercosul será um espaço de diálogo que servirá para descomprimir situações, e afirmou que aqueles que se opõem impulsionam, na verdade, a saída do país do bloco.



“Acho que olhar somente para os episódios do conflito e não as vias e canais pelos quais podem ser distendidas e superadas situações, para um país pequeno que está agredido, não é uma política inteligente, é uma política que visa exclusivamente o curto prazo”, sustentou o parlamentar.



O Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul foi subscrito em Montevidéu no dia 9 de dezembro de 2005 entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, membros permanentes do bloco, ao qual a Venezuela está se integrando na mesma condição.



O Parlamento do Mercosul terá uma só Câmara, e sua sede estará em Montevidéu. Os Estados associados, Chile e Bolívia, poderão participar com direito a voz mas não a voto. A primeira etapa de funcionamento começará no dia 31 de dezembro e se estenderá até o dia 31 de dezembro de 2010.