Aécio culpa “equívocos” por “resultado pífio” do PSDB e pede “humildade”

O governador reeleito de Minas, Aécio Neves, bateu duro em seu próprio partido, o PSDB, em entrevista para a Rádio Gaúcha nesta terça-feira (22). Referindo-se aos tucanos, disse que “em primeiro lugar nós devemos ter muita humildade”, pois “nós perdemos a

Apontado na imprensa como um dos presidenciáveis tucanos em 2010, mas também como uma possível defecção do PSDB, em direção ao PMDB, Aécio atribuiu a um partido pouco “nacionalizado” o resultado “pífio” no Nordeste e no Norte. “Eu tenho proposto internamente que nós rediscutamos nosso programa atualizando, nacionalizando o partido”, defendeu.



Crítica à hegemonia paulista



Para Aécio, a legenda “deve compreender que nós devemos ser um partido nacional e não concentrados em apenas alguns Estados da federação”. Em outras ocasiões o governador mineiro tem sido mais explícito e apontado no partido um peso excessivo de São Paulo, de onde saiu o candidato presidencial derrotado este ano, Geraldo Alckmin, e onde se encontra o outro presidenciável tucano em potencial, o governador eleito José Serra.



Aécio Neves também foi crítico quanto às bases sociais tucanas. “O PSDB deve voltar a ser um partido com forte inserção nos sindicatos, na universidade, na classe média, que nós deixamos de ter”, avaliou.



Segundo Aécio, o PSDB precisa passar pelo debate do programa antes de entrar na disputa interna pelo nome em 2010. “Antes de pensar em nomes, em candidaturas, nós devemos pensar em reconstruir nosso programa, reaproximarmos de setores importantes na vida nacional para que em 2010 tenhamos o que apresentar à população brasileira”.



“Sejamos coerentes”



Mesmo quando o governador se disse “otimista” na entrevista, foi para espicaçar os correligionários. “O PSDB, mesmo com problemas, mesmo com equívocos, já prestou grandes serviços”, comentou.



“Sejamos coerentes”, conclamou. E deu um exemplo dizendo-se defensor de reformas: “Não é porque perdemos as eleições que nós vamos nos fortar a essas reformas”.



Indagado se concordava com o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), que aceitou no sábado passado uma carona no avião presidencial, Aécio também se distanciou de seus pares. Embora proclamando sua amizade pelo ex-presidente Fernando Henrique, que criticou Virgílio, disse que o episódio não passou de um “gesto de civilidade”.



Porém ao comentar a visita a Belo Horizonte da governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, também do PSDB, Aécio considerou-a “extremamente preparada” e “determinada”. E defendeu “o que aqui em Minas nós chamamos 'Choque de Gestão', com enxugamento da máquina e corte de despesas”, uma receita que muitos mineiros consideram monetarista.



Com agências