Unegro esclarece: SP teve 3ª Marcha, e não 1ª Parada Negra

Setores organizados contestaram o uso da designação “1ª Parada Negra” para o grande evento desta segunda-feira (20/11), que celebrou o Dia da Consciência Negra em São Paulo. Segundo Edson França, um dos organizadores da manifestação, o que houve na capita

“Não houve 'Parada' nenhuma”, sublinha França, que também é membro da Executiva Nacional da Unegro (União de Negros pela Igualdade) e da Conen (Coordenação Nacional de Entidades Negras). Ele atribui a expressão a um grupo ligado à Prefeitura paulistana – portanto, à coalizão PSDB-PFL.


 


“Na tentativa de dividir o movimento, esse grupo chamou a tal 'parada negra' para o mesmo dia – e no mesmo local. Só que, na disputa política, ganhamos a base deles e os obrigamos a aderirem à marcha”, esclarece França. O equívoco sobre a denominação da passeata chegou ao noticiário na internet, inclusive no Vermelho. A expressão havia sido vetada em encontros da comissão organizadora, bem como a proposta de “Marcha da Diversidade”.


 


A Unegro também enfatiza que todas as atividades de ontem dão continuidade a um trabalho desencadeado há três anos. Foi em 2003 – lembra França – que São Paulo teve a 1ª Marcha da Consciência Negra, repetida no ano seguinte. O evento só não ocorreu em 2005 porque o movimento negro priorizou a Marcha Zumbi +10, concentrando a mobilização em Brasília (DF). Neste ano, portanto, São Paulo abrigou a 3ª Marcha da Consciência Negra.


 


Segundo a Unegro, o evento de ontem foi organizado nas duas últimas semanas e reuniu 15 mil pessoas. Edson França afirma que o sucesso da marcha se deve, entre outras coisas, ao diálogo entre o movimento e o governo federal. “Temas como o Estatuto da Igualdade Racial e cotas estão na ordem do dia. Essa tal de 'Parada Negra' foge por completo à construção histórica de nossa luta”.