México: Obrador toma posse como presidente em ato simbólico

Dezenas de milhares de pessoas acompanharam na noite desta segunda-feira (20/11) à cerimônia de posse simbólica do candidato progressista à presidência do México, Andrés Manuel López Obrador. Durante o evento, realizado no Zócalo, a principal praça da Cid

Obrador, candidato pelo Partido da Revolução Democrática (PRD), alega que foi vítima de fraude nas eleições de julho e tem o apoio de milhões de mexicanos. Ele perdeu as eleições presidenciais para o candidato governista, Felipe Calderón, do Partido da Ação Nacional (PAN), por uma diferença de menos de um ponto percentual. Nas semanas seguintes à contagem dos votos, os partidários de Obrador apresentaram ao público diversas evidências comprovando irregularidades que favorecem seu adversário.



AMLO recebeu a faixa presidencial das mãos da senadora Rosario Ibarra, membro de seu partido. ''Eu juro honrar e cumprir a Constituição como presidente legítimo'', afirmou Obrador, diante da multidão. Ele prometeu fazer tudo o que puder para dificultar o governo de Calderón, que irá substituir o atual presidente, Vicente Fox, em 1º de dezembro.



Para ele, seu governo se legitima por contar com forte apoio popular em todo o México. ''Um governo divorciado da sociedade não é mais do que uma fachada, um mero aparelho burocrático'', afirmou, referindo-se indiretamente a Calderón.



Programa de governo
Durante a cerimônia, Obrador anunciou o programa que irá nortear seu governo paralelo. Ele citou um a um os 20 pontos fundamentais para que o México possa se livrar dos entraves econômicos e sociais do país, garantindo a soberania nacional e priorizando os interesses populares.



''Meu governo terá milhões de representantes'', afirmou Obrador em dado momento de seu discurso, apontado para a multidão no Zócalo. Seu desejo ficou bem claro: em todo o México haverá uma rede de milhões de cidadãos, prontos para se mobilizarem assim que as forças de direita cometam quaisquer atos entreguistas ou sem qualquer apelo popular.



Um outro ponto importante de seu discurso destacou a necessidade de o México contar com um novo tipo de imprensa, que garanta um contraponto ao tipo de cobertura jornalística que é feita hoje no país. Para ele, o ''padrão Televisa'' é uma afronta à democracia.