Em campanha para ficar no BC, Meirelles quer “acelerar o crescimento”

Em campanha para permanecer na presidência do Banco Central durante o segundo governo Lula, Henrique Meirelles, procurou equilibrar a defesa das reformas — trabalhista, previdenciária — cobradas pela agenda neoliberal com “a tarefa de acelerar o crescim

“A reforma econômica é um processo complexo, que toma tempo e que gera custos políticos”, disse. “É, entretanto, necessária para as economias que pretendem progredir no atual ambiente de maior competitividade e de rápidas mudanças”, agregou, ao falar em um seminário do G-20 dedicado às reformas econômicas, juntamente com representantes do Reino Unido e da Indonésia.



Meirelles disse que, para ter êxito, a reforma precisa ter seus objetivos e custos explicados com total transparência à sociedade. “Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, há freqüentemente uma maior necessidade de construção de consenso do que nas economias maduras”, comentou Meirelles. Sua gestão à frente do BC nos quatro anos do primeiro mandato de Lula foi criticada como monetarista e prejudicial à retomada do crescimento econômico do país.



“Mudança de agenda”



O presidente do BC propôs uma cautelosa mudança de “agenda”, sem deixar de fazer “o máximo” pela estabilidade monetária. “No Brasil está na hora de se mover da agenda de estabilização macroeconômica, que é uma condição para o sucesso econômico, que faremos o máximo para proteger, para a tarefa de acelerar o crescimento, não em golfadas, mas num ritmo sustentado e constante, com ganhos rápidos na produtividade, da qual precisamos para reduzir mais a pobreza e a desigualdade”, disse Meirelles.



A cúpula do G20, neste fim de semana, defendeu a reforma do FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, visando transformar os dois organismos em instituições financeiras mais representativas para a economia global. A meta consta do documento de trabalho preparado para os delegados pelo governo australiano, que este ano preside o G20.



Com agências