CNBB defende plebiscito sobre privatização da Vale

A Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB) defendeu na última sexta-feira (17/11) um plebiscito espontâneo, no próximo ano, sobre a privatização da Vale do Rio Doce. “Um plebiscito pedagógico para questionar como foi feito o leilão da vale. Permanecem açõ

A consulta popular seria feita na semana da pátria, em setembro de 2007. A idéia surgiu na Assembléia Popular, instância criada pela 4ª Semana Social Brasileira, promovida de maio de 2004 a novembro deste ano pela CNBB, em parceria com outras entidades sociais.



A proposta ainda será discutida e detalhada em reuniões no próximo ano. “Vemos na Vale um ótimo instrumento para os movimentos sociais se articularem, um ótimo tema para repensarmos o projeto de país. Está em jogo a soberania sobre nossas riquezas naturais, está em jogo a responsabilidade pública que toda empresa deve ter”, acredita dom Demétrio.



Reversão
O presidente da Cáritas defende a possibilidade de reversão das privatizações e elogia a iniciativa do atual governo de pôr fim ao processo de venda de empresas públicas. “Foi providencial que este governo tenha colocado freios na onda de privatização. O mundo todo já percebeu que não é por aí que sevai. Não basta simplesmente o encanto do estado mínimo. Nós precisamos de governo, precisamos de estado”, afirma dom Demétrio.



A empresa Vale do Rio Doce foi leiloada no dia 6 de maio de 1997, no Rio de Janeiro, por R$ 3,3 bilhões. Na época, o patrimônio da Vale era calculado em R$ 92,64 bilhões: 28 vezes o valor pela qual foi vendida. Em 2005, foi aberto um processo contra a privatização da Vale, que culminou com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou uma auditoria da venda da Vale. A revisão da privatização foi suspensa por liminar obtida pela empresa.