Sem Terra ocupam sede do Itesp em Andradina-SP

Cerca de 600 trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST ocuparam a sede do Itesp (Instituto de Terras de São Paulo) em Andradina, noroeste do estado, na manhã desta sexta-feira (17/11), para pressionar o Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo)

As famílias Sem Terra reivindicam que o órgão estadual encaminhe a arrecadação de terras devolutas, que pertencem ao poder público, mas estão sendo usadas ilegalmente por grileiros para fins particulares, principalmente na região do Pontal do Paranapanema.
 


As famílias Sem Terra exigem também que o Itesp utilize R$ 30 milhões disponibilizados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a arrecadação das áreas devolutas. Além disso, pretendem chamar atenção para os  episódios de violência contra trabalhadores rurais que aconteceram tanto em Rosana, no Pontal do Paranapanema, como em Gália, região de Marília, nesta semana.



Impunidade
A avaliação da coordenação estadual do MST é de que o descaso do governo de São Paulo com a Reforma Agrária possibilita não só que latifundiários explorem irregularmente terras públicas, mas também garante impunidade para aqueles que ameaçam e agridem famílias Sem Terra.



Os trabalhadores Sem Terra avaliam que o Itesp se desviou de sua função original de fazer a Reforma Agrária nas terras do estado, fomentando a produção de alimentos e a agricultura familiar. Hoje o órgão tenta fazer com que os assentados se encaixem na produção de cana-de-açúcar e eucalipto para grandes empresas.



“As famílias acampadas desejam continuar o projeto de produção de alimentos, buscando sua soberania alimentar e independência econômica, ao invés de submeterem-se a contratos mercantis com grandes empresas multinacionais para serem fornecedores de matéria prima para a agroindústria exportadora”, afirma carta dos MST ao órgão.



Após a entrada no prédio, os integrantes do MST foram recebidos pela coordenação do Itesp para uma reunião. À tarde, se dirigiram ao Fórum de Andradina para fazer um protesto contra a demora na assinatura das imissões de posse de áreas já desapropriadas para a Reforma Agrária na região.