No RJ, Lula prevê avanços a partir da boa relação com Cabral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou neste sábado (18/11) sua viagem ao Rio de Janeiro para prometer ao governador eleito do estado, Sergio Cabral Filho (PMDB), que será um “companheiro” dele. O presidente, que enfrentou no primeiro mandato a

Cabral, que acompanhou Lula em toda a agenda no Rio (ambos foram ao Morro da Mangueira e ao Hospital Sarah Kubitschek, em Jacarepaguá), foi um dos que boicotaram o encontro de governadores do PMDB na sexta-feira em Santa Catarina.



“Pode tomar posse no dia 1º com a tranqüilidade de quem vai ter um presidente da República que fará o possível e o impossível para ser o seu companheiro nos bons e nos maus momentos “, disse Lula a Cabral, ao discursar no evento do Dia Nacional de Mobilização Contra a Dengue, na escola pública da Vila Olímpica da Mangueira, na zona norte do Rio. Ele estava acompanhado dos ministros da Saúde, Agenor Alvarez, e das Relações Exteriores, Celso Amorim.



“Eu disse ao Cabral: nós precisamos provar, uma vez na vida, que é possível a gente ter o governo do estado do Rio, a prefeitura do Rio e o governo federal trabalhando em harmonia, sem que haja disputa de espaço político entre as pessoas que dirigem esse estado. Porque toda vez que nós erramos na política, quem paga o pato é o povo que não tem nada a ver com isso”, disse Lula, lamentando a ausência do prefeito do Rio, César Maia (PFL), com quem Cabral selou esta semana um acordo de cooperação. Rosinha também não compareceu.



Harmonia
Cabral, que aderiu a Lula no segundo turno, tornou-se um aliado empolgado do presidente, disposto a ajudar na aproximação de seu partido com o governo. Na sexta-feira, ele ofereceu duas secretarias para o PT do Rio. A de Ação Social deve ser ocupada pela ex-ministra Benedita da Silva. “A gente vai ter de provar, Sérgio, de que não haverá intriga, não haverá manchete de jornal, não haverá bate-boca entre políticos que vá fazer com que o governo federal deixe de trabalhar em harmonia com o Rio”, disse Lula ao governador eleito.



Em sua primeira viagem ao Rio depois de eleito, Lula agradeceu a votação expressiva que obteve no estado no segundo turno: 69,9% dos votos. “Quero dizer a vocês que não haveria nenhum sentido voltar a ser presidente se eu não tivesse consciência de que tenho que fazer mais e melhor no segundo mandato”, disse Lula, voltando a pregar uma política de colaboração com governadores e prefeitos. “Juntos poderemos fazer muito mais do que se cada um de nós ficar pensando nas próximas eleições e achar que a vida da gente será facilitada se a gente ficar xingando um ao outro”.



O presidente manifestou pesar pela morte do senador Ramez Tebet (PMDB-MS) e encurtou a agenda no Rio para ir ao funeral, no Mato Grosso do Sul. Na Mangueira, Lula foi recepcionado por crianças do projeto social da escola de samba.



Lula deixou a Mangueira sem dar entrevistas, mas parou para acompanhar a evolução da bateria e beijar crianças. Advertido por Cabral, voltou à porta-bandeira mirim para beijar a bandeira da escola. O presidente visitou ainda as obras da segunda unidade do Hospital de Reabilitação de Rede Sarah no Rio, que recebeu investimentos e R$ 60,4 milhões do governo federal. No Hospital Federal da Lagoa, o presidente assinaria decreto que devolve ao município do Rio a gestão plena do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a intervenção na rede municipal de saúde, em 2005, o governo federal havia entregue a gestão dos recursos do SUS ao governo estadual.