Colômbia descarta fechamento do Congresso após escãndalo

O governo da Colômbia descartou neste sábado (18/11) a possibilidade de fechar o Congresso do país, alvo de um escândalo político sem precedentes, com o envolvimento de deputados com esquadrões paramilitares de extrema direita. O caso já começa a atingir

A pior crise da história do Congresso colombiano ocorre uma semana após a Suprema Corte do país ter ordenado a prisão de três deputados aliados de Uribe, acusados de ter financiado e apoiado a formação desses esquadrões acusados de massacrar milhares de civis.


Altos funcionários do tribunal admitiram que outros congressistas aliados de Uribe poderiam ser vinculados ao escândalo, que pode atingir figuras importantes do governo.



Um dos deputados que poderia ser envolvido é Alvaro Araújo, irmão da chanceler María Consuelo Araújo, embora o presidente tenha dito que sua ministra não vai renunciar em razão do escândalo. “Pelo contrário, o governo está comprometido em preservar, em salvar as instituições no meio do vendaval e de uma situação difícil”, disse o ministro do Interior, Carlos Holguín.



Detenção
Os senadores Alvaro García e Jairo Enrique Merlano, além do deputado Erik Julio Morris, primeiros implicados por laços com os paramilitares, estão presos após terem se entregado às autoridades.



Embora não seja exatamente uma novidade as acusações de envolvimento entre o Congresso e os paramilitares, é a primeira vez na história do país que uma investigação criminal é aberta sobre o tema, levando à detenção de legisladores.



Os paramilitares são grupos armados ilegais criados nos anos de 1980 com apoio econômico de fazendeiros, criadores de gado, comerciantes e narcotraficantes perseguidos pela guerrilha esquerdista.



Nesta semana, ex-comandantes desses esquadrões abandonaram as armas como parte de uma negociação de paz com o governo de Uribe. Eles admitiram que tiveram apoio político, social e militar de várias pessoas durante o confronto com a guerrilha. Disseram que contarão a verdade nos tribunais.



Durante a negociação de paz, mais de 31 mil combatentes depuseram as armas, enquanto antigos chefes paramilitares acusados de massacres, seqüestros e narcotráfico esperam receber sentenças de cinco a oito anos de prisão.