Reunião dos governadores do PMDB está sendo esvaziada

O governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), disse, em entrevista nesta quinta-feira (16), que não vai à reunião de governadores do PMDB, marcada para amanhã (17), em Florianópolis (SC). Ele ressaltou que tem grande apreço pelo an

“Troquei idéias com o governador Paulo Hartung (reeleito no Espírito Santo) e achamos que era de melhor conveniência para o início da busca da unidade que a reunião fosse em Brasília”, disse ele.


 


O Presidente Lula está negociando com o PMDB a aliança para construir um governo de coalizão, mas ainda tem dificuldades de conseguir a unidade do Partido em torno do apoio ao seu governo. A lealdade do PMDB ao governo Lula será estimulada pelo controle efetivo dos ministérios que receberá. Há também a questão dos nomes escolhidos pelo partido. Nem o PMDB poderá impor ministros a Lula, nem o governo pode iludir-se nomeando nomes sem sustentação real no partido. Haverá a necessidade de um equilíbrio nesta escolha.


 


Caso a reunião convocada pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, seja esvaziada, o evento contribuirá para a divisão no PMDB como vem ocorrendo desde 2002. Com isso, o Presidente Lula corre o risco de conseguir apenas uma parcela de apoio do Partido, suficiente para lhe garantir maioria parlamentar na Câmara, mas perde votos do Partido no Senado, onde sua base de apoio já é precária.


 


Redução


 


As lideranças governistas do PMDB, como os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), disputam internamente o controle das posições que o partido pleiteia no ministério. A batalha interna seria conseqüência da delimitação, pelo presidente da República, em apenas três pastas, a participação do PMDB.



 
Embora tenha anunciado que organizaria um governo de coalizão e que o espaço do PT no ministério diminuiria para acomodar os aliados, Lula aparentemente está cedendo às pressões de seu partido. Por isso, o provável, neste momento, é que o PT recupere pastas que havia perdido na reforma provocada pelo escândalo do mensalão, como o ministério das Cidades, reivindicado pelo grupo da ex-prefeita Marta Suplicy.



 
O governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, resumiu a situação ao alertar para a extensão real das mudanças. “Acho que não vai mudar muita coisa”, disse ele sobre a reforma ministerial. Ao PMDB, ele mandou um recado: “Considero que o espaço que o PMDB já tem é o adequado”. O PMDB controla os ministérios das Comunicações, Minas e Energia e Saúde, além de diretorias em estatais como Petrobrás e Correios.


 


Com agências