Livro revela como o Opus Dei aniquila conquistas feministas

Lançamento da Panda Books expõe a opinião e os relatos de ex-membros, esposas de ex-membros, ainda irmãs ou mães de membros ativos da mais radical prelazia da Igreja Católica.

Acontece neste quinta-feira (16/11), em São Paulo, o lançamento do livro O Opus Dei e as Mulheres. Na ocasião, além da noite de autógrafos, haverá uma palestra com as autoras Viviane Lovatti Ferreira (organizadora), Betty Silberstein, Clara Assis, Leticia Meireles, Maria Nazareth Rezende, Marilia Gouvêa, Rosidalva Julião, Sonia Maria de Menezes.


 


O Opus Dei (“Obra de Deus” em latim) é uma instituição da Igreja Católica, fundada em 1928, pelo sacerdote espanhol Josemaría Escrivá. Nasceu com um caráter eminentemente masculino. Inicialmente, Escrivá pensou em trabalhar com jovens (apenas rapazes), que se dedicassem integralmente a Deus e abraçassem o celibato. Ele achava que nunca haveria mulheres – nem brincando – no Opus Dei. Mas em 1930 decidiu que elas eram necessárias para determinadas tarefas, como os trabalhos domésticos.


 


Para se entender melhor o Opus Dei, é preciso ir além das análises estruturais e conhecer as pessoas que vivem a realidade concreta. Com esse objetivo, a autora Viviane Lovatti recolheu depoimentos surpreendentes e reveladores de sete mulheres que têm ou tiveram relação com o Opus Dei. O resultado é seu livro – um lançamento da Panda Books. Sete mulheres muito diferentes conversam pela primeira vez sobre sua relação com o Opus Dei, a instituição católica mais radical e controvertida do mundo.


 


Silêncio e repressão


“Embora o Opus Dei insista em se dizer uma instituição perfeita, divina, sem possibilidade de mácula, não temos que acreditar nessa imagem, construída à base de muito silêncio e repressão às opiniões contrárias”, diz Viviane. “Todas essas mulheres têm para contar coisas que o Opus Dei esconde e gostaria de que ninguém jamais soubesse. É uma grande satisfação para mim possibilitar a essas fantásticas mulheres a oportunidade de falarem e contarem suas histórias de resistência e luta contra o Opus Dei”.


 


Nos diálogos que vão travando ao longo do livro, as mulheres falam de temas até então proibidos dentro da “Obra”: homossexualidade, preconceito, saúde da mulher, abuso de poder, vaidade, celibato, casamento, filhos. O Opus Dei e as mulheres é o mais perturbador exemplar de uma safra de obras que se dedicam a contar a verdade e os bastidores dessa poderosa organização da Igreja Católica.