Evo homenageia caudilho indígena morto em 1781

Ante dez mil aymaras, concentrados nesta cidade a 97 km de La Paz, o presidente boliviano homenageou “esse pai, esse avô que deu a vida pela nossa cultura, identidade e recursos naturais”, e que há 225 anos foi brutalmente executado por levantar os indígenas dos Andes sul-americanos.

Evo leu a histórica sentença de morte ordenada por um corregedor “criollo” a serviço de Madri, no mesmo lugar onde o corpo de Julián Tupac Katari foi amarrado a quatro cavalos dispostos em sentidos contrários.

“Estamos aqui para libertar nosso povo”, proclamou comovido o presidente, um aymara como os milhares que ouviram em silêncio a condenação à morte aplicada a Katari.

O governante, primeiro índio a tornar-se presidente da Bolívia em 181 anos de história, entregou em Peñas 80 dos 150 tratores de fabricação venezuelano-iraniana, destinados a comunidades e municípios indígenas do departamento (província) de La Paz, no oeste boliviano.

Evo prevê até abril de 2007 distribuir dois mil tratores, cobrindo assim 25% do déficit de mecanização do setor agrícola boliviano.