Esquerda mexicana planeja protesto para a posse de Calderón

Em 2000, a posse do atual presidente do México, Vicente Fox, foi uma festa em todo o país, pois representava o fim de 71 anos ininterruptos de governos do PRI. Já a posse de seu sucessor, Felipe Calderón, ameaça se tornar a primeira grande batalha entre a

Fortalecida, a esquerda mexicana planeja realizar um grande protesto em 1º de dezembro, dia da posse do novo presidente – alguns setores chegam a falar em impedir a posse de Calderón, alegando que ele se elegeu graças a uma fraude.



Por sua vez, o governista Partido Ação Nacional (PAN) informa a imprensa mexicana que Calderón irá normalmente à sede do Congresso, como manda a Constituição, para prestar juramento.



Alguns deputados do Partido da Revolução Democrática (PRD), do ex-candidato progressista Andrés Manuel López Obrador propõem ocupar a tribuna onde Calderón deve prestar juramento. Dessa forma, López Obrador tomaria posse como presidente legítimo em uma cerimônia simbólica.



Falta de consenso
Em 1º de setembro, deputados da oposição já haviam ocupado a tribuna para impedir que o presidente Vicente Fox fizesse o seu discurso anual ao Congresso. Com cartazes e palavras de ordem, acusavam-no de ser parte de uma fraude contra López Obrador.



A oposição, no entanto, ainda não entrou em consenso sobre a forma como o protesto acontecerá. Alguns deputados propõem bloquear as entradas do plenário, enquanto outros, mais moderados, só querem fazer um protesto por escrito.



Os progressistas passaram de terceira a segunda força legislativa no México depois das eleições gerais de 2 de julho, e prometem agora tornar impossível a vida de Calderón no Congresso e fora dele, com os protestos de López Obrador.



Já o PRI, que passou de primeira a terceira bancada depois de receber a pior votação da sua história, sugeriu a Calderón que avalie a possibilidade de não ir ao Congresso para evitar problemas.



“Embora de fato o artigo constitucional número 87 assinale que o presidente eleito renderá protestos [prestará juramento] diante do Congresso da União, não necessariamente tem de ser com sua presença física”, disse Manilo Fabio Beltranes, líder da bancada priista.