Temer e Renan polemizam sobre PMDB no governo

O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e o líder informal da ala peemedebista pró-Lula, senador Renan Calheiros (AL), voltaram a polemizar via coletivas de imprensa nesta terça-feira (14). Temer disse que “as coisas estão tomando um rumo ruim”

Eleitor declarado de Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro e no segundo turno, o presidente do PMDB disse na coletiva em Brasília que sua posição é de “independência” e que até chegou a se animar com a proposta de um governo de coalizão. Mas se queixou de que Lula não o chama para conversar.



“Não estou reclamando, só registro”…



“O diálogo de caráter pessoal e individual, sem a institucionalidade, já deu no que deu no passado. Sem o diálogo institucionalizado, o governo não terá o PMDB unido para uma coalizão política”, alertou Temer.



“Eu estava esperando manifestações institucionais que até agora não vieram. Não estou reclamando do presidente. Apenas registro que as coisas estão tomando um rumo ruim, que não vai beneficiar o povo, o país e nem vai favorecer a governabilidade”, agregou.



“O governo está fazendo o jogo do diálogo pessoal que já se deu e não foi útil nem ao partido nem ao país. Eu não quero participar das coisas da forma como estão colocadas”, afirmou ainda. A queixa de Temer é que o diálogo com o governo desde a eleição continua sendo feito pelo trio integrado por Renan, que preside o Senado, pelo senador José Sarney (AP) e o deputado Jader Barbalho (PA).



“Quem vai definir será Lula”



Em seguida, foi a vez de Renan Calheiros falar à imprensa, declarando que as conversas do presidente da República com peemedebistas tratam de assuntos pessoais e regionais, não da participação do PMDB no governo.



Para o presidente do Senado, essas conversas não são “institucionais”. “Quem vai definir o quadro, o modelo de diálogo, será o presidente (Lula), na hora e na forma que considerar conveniente. Até o momento, esse diálogo não começou. O ideal seria levar todas as correntes (do PMDB) para a conversa, que quanto mais ampla, melhor”, disse Calheiros.



O presidente do Senado afirmou que o presidente Lula não o procurou nem aos senadores do partido para conversar, mas que estes deverão ser ouvidos numa eventual proposta de coalizão. O mesmo deve acontecer com os governadores, disse Calheiros.



Na próxima sexta-feira, os sete governadores eleitos pelo PMDB se reúnem com Temer em Florianópolis, para firmar uma posição coletiva sobre a participação no segundo governo Lula. Os peemedebistas que governarão o Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Amazonas e Tocantins querem o partido dentro do governo. Os governadores de Santa Catarina e Mato grosso do Sul, não.



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Com agências