Para governo Lula, reeleição de Aldo seria melhor caminho

A presença do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) no Palácio do Planalto, segundo analistas políticos, antecipa um cenário que pode se repetir nos dois primeiros anos do segundo mandato do presidente Lula. Por dois motivos: a doença do vice-presidente pode

A medida em que as grandes legendas da base aliada não se entenderem – e isso é muito provável -, o PCdoB terá a chance de apresentá-lo como um tertius. Político estudioso e hábil, Rebelo ganhou a confiança das lideranças partidárias e principalmente mostrou no cargo que Lula pode contar com a sua lealdade.



 
O preenchimento da presidência da Câmara tornou-se a questão política mais delicada do processo de reforma do governo. E para esse caso, o Presidente Lula precisa contar com um aliado leal imune às picadas da mosca azul do poder.



 
O presidente da Câmara é o terceiro na linha sucessória presidencial, e o segundo na hipótese de afastamento político, ou por doença, do vice-presidente eleito.



 
As alternativas surgidas para suceder Rebelo, até agora não causaram entusiasmo. Dono da maior bancada e do direito regimental de indicar o presidente, o PMDB tem no páreo os deputados Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Michel Temer (SP).


 


Geddel é novato na base aliada, depois de quatro anos de oposição retórica radical. Eunício foi ministro das Comunicações e é homem da confiança de Lula. Já Michel Temer é a pior hipótese para o governo. Temer é tido como um “tucano” no PMDB. Foi presidente da Câmara durante um dos períodos do governo FHC e nunca escondeu sua antipatia em relação ao atual governo e à própria figura do presidente Lula. 



 
A bancada do PT está próxima de lançar o deputado Arlindo Chinaglia (SP), mas sabe que outros nomes do partido também ambicionam o posto.


 


Os quatro pretendentes criam problemas para Lula. Temer, Geddel e Eunício dificultariam a reeleição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidir o Senado, e abririam o caminho para a eleição de José Agripino (PFL-RN) ou o anódino Marco Maciel (PFL-PE). Tudo o que Lula não deseja é um senador da oposição no comando do Senado, casa em que é precária a maioria governista.



 
Chinaglia ou outro petista poderiam expor o partido a um racha semelhante ao que levou em 2004 à eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE).



 
Em resumo, o comunista Aldo Rebelo parece a opção segura para que o governo possa se reformar sem riscos para a implicada equação do poder parlamentar.



 
Com agências