Meirelles se compara a goleiro criticado por não fazer gol

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, rebateu críticas de que só estaria preocupado com as metas de inflação e que esqueceria de garantir as condições para o crescimento econômico.

Meirelles usou a metáfora de um time de futebol em que o goleiro seria ''bom'', mas em que ''os demais jogadores não fazem gol''. ''Essa reivindicação (sobre o desempenho do time) é mau-expressa quando o goleiro é criticado por não fazer gol'', disse ele. Para Meirelles, para o Brasil crescer é necessária uma combinação de balanço de pagamentos equilibrado, superávit comercial, inflação na meta e relação dívida/PIB em queda. O presidente do BC também rebateu os argumentos que pedem uma queda mais rápida da taxa de juros.


 


Ele disse que os juros já caíram e vão continuar a baixar. No entanto, ele disse que o país precisa manter o compromisso com as metas de inflação e ''fazer os sacrifícios'' necessários. ''Na medida em que a inflação é imprevisível ou instável ou o país não tenha compromisso com as metas de inflação, a taxa de juros de qualquer país, inclusive do Brasil, tende a ser alta'', disse. ''No momento em que o país tem compromisso, capacidade para que a inflação fique constantemente na meta, os juros tendem a cair, como têm caído nos últimos dez anos'', disse.


 


Meirelles afirmou que o país está em condições ''únicas'' de crescimento porque, diferentemente dos últimos 50 anos, não precisa tomar decisões importantes em meio a uma crise. ''Inflação baixa e juros ao longo tempo cadentes, esta sim é a melhor equação para que o país cresça'', afirmou. ''Todos nós precisamos de juros mais baixos, inclusive os bancos. As maiores instituições financeiras do mundo não vivem em países de juros altos'', concluiu.


 


Com agências