Abbas preside atos de lembrança e homenagem a Iasser Arafat

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, preside hoje os atos de lembrança e homenagem a Iasser Arafat, no segundo aniversário de sua morte em um hospital de Paris.

A cerimônia oficial começaria às 11h30 (7h30 de Brasília) no mausoléu de Arafat, localizado na Muqata, em Ramala.  


 


 


 


Arafat morreu em 11 de novembro de 2004 no hospital militar de Percy, na França, após uma doença da qual até agora se desconhecem as origens.


 


 


 


Então presidente da ANP, Arafat saiu de Ramala após três anos de confinamento por Israel na Muqata, na qual foi enterrado em um grande funeral.


 


 


 


Milhares de palestinos se concentraram em frente ao mausoléu de seu histórico dirigente, na Muqata, para prestar homenagem a Arafat.


 


 


 


Centenas de convidados, entre eles representantes das diferentes facções palestinas, diplomatas ocidentais e deputados árabes de Israel, participam da homenagem.


 


 


 


O presidente Abbas pronunciou hoje um discurso no qual falou da necessidade de resolver os problemas internos palestinos e também com Israel. Segundo um porta-voz de seu escritório, Abbas pedirá que se complete a formação de um Governo de união nacional na ANP.  


 


 


 


Governo de coalizão


 


 


 


Os movimentos Fatah e Hamas retomaram nos últimos 15 dias as negociações para formar um Governo de coalizão. Segundo o presidente, os últimos contatos foram “construtivos e produtivos”.


 


 


Abbas assegurou que o novo Governo palestino de união nacional estará pronto “por volta do fim do mês” e garantirá a suspensão do boicote internacional imposto entre maio e junho.


 


 


 


“Há avanços consideráveis entre Fatah e Hamas, avanços que ajudarão a resolver a crise política e econômica, e a levantar o embargo internacional”, afirmou.


 


 


 


O acordo inclui a renúncia do primeiro-ministro e líder do Hamas, Ismail Haniyeh, embora ainda não se tenha decidido quem o substituirá.


 


 


 


O deputado nacionalista Azzam Al-Ahmed disse à imprensa que “desta vez o Hamas não se retirará do que foi estipulado”, como ocorreu há várias semanas, quando o acordo já estava quase pronto e no último momento a liderança do movimento no exílio o abandonou.


 


 


Há dois dias, por causa da morte de 19 palestinos no bombardeio israelense de Beit Hanoun, Abbas dialogou pela primeira vez em vários meses com o diretor do Birô Político do Hamas no exílio, Khaled Mashaal, e segundo as fontes os dois aproximaram suas posições.


 


 


Al-Ahmed disse que a única coisa que Haniyeh pediu são garantias de Abbas de que Israel e a comunidade internacional aprovam o novo Governo palestino e não o boicotarão.


 


 


 


Também exige que a comunidade internacional restitua as ajudas econômicas à ANP, a fim de resolver a grave crise humanitária na Cisjordânia e em Gaza, desde que o movimento islâmico assumiu o poder em março.


 


 


 


Luta de Arafat continua vigente


 


 


Nascido em 4 de agosto de 1929, Arafat morreu aos 75 anos sem poder alcançar seu principal objetivo político: a criação de um Estado palestino independente nos territórios ocupados por Israel em 1967.


 


 


Na ocasião de sua morte, em 2004, o deputado Jamil Murad (PCdoB-SP) escreveu um artigo de homenagem ao líder palestino no qual afirmava a principal marca da personalidade de Arafat era ter, ao mesmo tempo, flexibilidade e firmeza para enfrentar situações extremamente adversas sem nunca perder o objetivo maior que é a criação do Estado Palestino Independente para dar uma pátria a seu heróico povo.


 


 


 


“Ao lado da tristeza pela perda deste verdadeiro herói na luta pela paz, sinto um enorme orgulho em estar ao seu lado nesta trincheira. E reitero a necessidade de a comunidade internacional barrar imediatamente o verdadeiro genocídio que acontece hoje naquela região, com constantes ataques aéreos e terrestres por parte do Estado israelense contra civis palestinos. Para isto é preciso que a Organização das Nações Unidas envie imediatamente tropas de separação para a região, que a comunidade internacional repudie de forma ainda mais intensa a construção do Muro do Apartheid e exija sua imediata demolição, que sejam libertados os presos políticos palestinos e desocupados imediatamente os territórios palestinos invadidos por Israel a partir de 1967, que seja garantido o direito de repatriamento dos que foram forçados a viver no exterior e que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado Palestino Independente”, disse Jamil no artigo que, apesar de publicado há dois anos, continua atualíssimo.


 


 


Para Jamil, lutar de forma incansável pelos ideais de libertação do povo palestino, que Arafat cultivou em vida,  é a melhor forma de homenagear este sofrido povo e seu líder maior.


 


 


Da redação,
Cláudio Gonzalez