PCP dá boas-vindas ao Encontro de 63 partidos comunistas

Começou nesta sexta-feira (10) o Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, que reunirá até domingo respresentações de 63 organizações de todos os continentes. “Uma troca regular de informações e opiniões” é uma necessidade “cada vez maior

É a primeira vez que Portugal sedia o encontro, que está em sua oitava edição anual, tendo sido as anteriores na Grécia. “Perigos e potencialidades da situação internacional, a estratégia do imperialismo e a questão energética. A luta dos povos e a experiência da América Latina, a perspectiva do socialismo” são os temas em discussão.



A página do PC Português na internet (www.pcp.pt) está publicando as intervenções dos partidos que já começaram a fazer uso da palavra. Estão disponíveis as do Partido Argelino pela Democracia e o Socialismo (em francês e inglês), do próprio PCP (em português), do PC da Austrália (em inglês), Partido do Trabalho da Bélgica (em francês), PC Alemão (em alemão e português) e do PC da Dinamarca (em inglês). Clique aqui para ter acesso ao índice.



Na abertura, a solidariedade



O principal dirigente do partido anfitrião iniciou sua fala manifestando solidariedade “aos trabalhadores da função pública que se encontram, ontem e hoje, em luta”. E avaliou que o Encontro permite, “a par com outras iniciativas de caráter bilateral ou multilateral, avançar na reflexão e na intervenção que conduzam à afirmação do socialismo, numa concepção necessariamente renovada e enriquecida pelas lições da experiência, como a real alternativa ao atual sistema”.



Veja a íntegra da saudação de Jerónimo de Sousa:




“É com grande alegria que, em nome do Partido Comunista Português, vos dou as fraternais boas-vindas a Portugal e vos desejo uma agradável e proveitosa estadia no nosso país. Espero que tenham oportunidade não só de tirar todo o partido possível deste Encontro Internacional mas de ficar a conhecer melhor a realidade do nosso partido e do nosso país que é hoje marcada por importantes processos de luta social.



E falando de luta, de certo que compreendereis que, desta tribuna, expresse a solidariedade aos trabalhadores da função pública que se encontram, ontem e hoje, em luta, levando a cabo uma importante greve pela defesa dos seus direitos que o atual governo do Partido Socialista tenta delapidar e destruir.



É uma grande honra para o Partido Comunista Português receber tão numerosos e responsáveis representantes de Partidos Comunistas e Operários de todo o mundo no nosso Encontro.



Temos pela frente três dias de intenso trabalho, de discussão, de trocas de informações e opiniões sobre a evolução da situação internacional e de procura de ação comum ou convergente dos nossos partidos, partindo da diversidade de posições e condições de luta em que cada um dos nossos partidos intervém.



É um desafio exigente, mas o fato de o decidirmos levar por diante – no quadro de um profundo respeito pelas características, pela autonomia e pela História de cada um dos nossos partidos – é já de si um sinal importante da vontade de todos nós, valorizando o que nos une, procurar cooperação e ação comum.



Para o PCP a realização de encontros deste tipo assume no presente uma grande importância.



Em primeiro lugar porque eles respondem à necessidade de uma troca regular de informações e opiniões sobre a evolução da situação em cada um dos nossos países e sobre a situação internacional. Necessidade essa cada vez maior quanto a evolução da situação internacional assume hoje ritmos impressionantes, aspectos contraditórios e é marcada por um alto grau de instabilidade e insegurança. Continuando a dar grande importância às relações bilaterais, pensamos que momentos como este são oportunidades riquíssimas não só para aprofundar o nosso conhecimento e análise mas também para identificar, num quadro de ofensiva multifacetada do imperialismo, as principais tendências de desenvolvimento da situação internacional.



Em segundo lugar porque pensamos que à estreita cooperação das classes dominantes e à ofensiva global do imperialismo é cada vez mais necessário responder com ação comum ou convergente que dê voz às aspirações dos trabalhadores e dos povos, que trave o passo à violenta ofensiva do imperialismo e que fortaleça a nossa compreensão recíproca.



Partindo do princípio fundamental de que o lugar dos comunistas portugueses é junto e no seio dos trabalhadores e do povo; partindo da idéia central de que o plano nacional continua a ser determinante na luta de classes, cada vez mais viva e intensa; partindo do princípio de que a maior contribuição que este partido pode dar para a luta mais geral pela superação revolucionária do capitalismo, é o reforço da sua organização e da sua ligação às massas – entendemos também ser necessário encontrarmos em conjunto soluções mais estáveis de cooperação que afirmem as políticas alternativas que os comunistas e os revolucionários preconizam. A cooperação e a solidariedade são para nós a base do fortalecimento do nosso movimento e numa situação caracterizada ainda como de resistência e de acumulação de forças, mas também já por sinais, ainda que frágeis, de recuperação, temos que ter a capacidade para identificar e valorizar aquilo que nos pode unir.



Em terceiro lugar porque, momentos como este são oportunidades-chave para conhecermos mais de perto as lutas em que os nossos povos estão envolvidos. Um melhor conhecimento recíproco cimenta a confiança e fortalece a solidariedade internacionalista. Solidariedade essa que não é conjuntural, é intrínseca aos nossos valores, à nossa História comum, à nossa forma de ser e estar no mundo enquanto comunistas e revolucionários. É uma solidariedade com conteúdo político, uma solidariedade intimamente ligada aos fundamentos do internacionalismo proletário, uma solidariedade de classe. Saúdo assim todas as forças revolucionárias, todos os partidos comunistas, que das mais variadas formas, prosseguem corajosos processos de resistência contra a ocupação militar estrangeira, contra as agressões, as ameaças e ingerências do imperialismo ou que prosseguem, alguns há décadas, lutas pelos seus direitos nacionais. E, permitam-me, tendo em conta a ausência forçada neste nosso Encontro de representantes do povo palestino sujeito a mais um massacre por parte de Israel, que saúde com uma grande solidariedade o povo mártir da Palestina. Saúdo ainda todos aqueles que sujeitos ao recrudescimento do anticomunismo e de medidas antidemocráticas, alvos da perseguição política fascizante, prosseguem a sua luta em condições extremamente difíceis e mesmo na clandestinidade. Saúdo-os a todos fazendo votos que deste Encontro a solidariedade, concreta e atuante, possa sair reforçada, seja através de posições políticas ou de ações e iniciativas comuns.



Por último, em quarto lugar, damos grande importância a encontros deste tipo, porque é neles que podemos, a par com outras iniciativas de caráter bilateral ou multilateral, avançar na reflexão e na intervenção que conduzam à afirmação do socialismo, numa concepção necessariamente renovada e enriquecida pelas lições da experiência, como a real alternativa ao atual sistema. E esta, é uma tarefa fundamental dos nossos partidos. Vivemos tempos de intensa luta ideológica, com importantes potencialidades de avanço progressista que colocam a necessidade de dar mais visibilidade à atualidade do ideal comunista, ao socialismo. Aprendendo com as experiências positivas e negativas, com as vitórias e as derrotas e rejeitando simultaneamente a deturpação, a caricaturização e a revisão da História gloriosa de libertação dos povos; combatendo as novas velhas tendências de criminalização das resistências, em particular dos comunistas e afirmando, a novidade, o caráter intrinsecamente democrático do socialismo, estaremos sem dúvida a contribuir para que a Humanidade conheça um porvir mais livre, mais justo, mais pacífico, fraterno e democrático. 



A todos, votos de bom trabalho e uma palavra final de grande confiança. Confiança que sentimos atualmente em Portugal.



Confiança nos trabalhadores, no nosso povo, na sua luta,  no nosso Partido e na nossa luta.



Confiança que, olhando para esta sala, sentimos em relação ao futuro dos povos de todo o mundo.”



Participam do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários delegações das seguintes organizações, conforme a lista provisória divulgada pelos organizadores:



1.    Partido Comunista Sul-africano; Blade Nzimande – secretário-geral; Francis Malesela Maleka – porta-voz nacional



2.    Partido Comunista Alemão; Heinz Stehr – presidente



3.    Partido Argelino para a Democracia e o Socialismo; Ali Boudjenah – membro da Direção Nacional



4.    Partido Comunista da Argentina; Patrício Echegaray – secretário-geral; Victor Kot – secretário-geral adjunto



5.    Partido Comunista da Austrália; Michael Perth



6.    Partido do Trabalho da Bélgica; Badouin Deckers – secretário-geral; Jozef Bosuyt – membro da Seção Internacional



7.    Partido Comunista da Bolívia; Ignacio Mendonza  – secretário-geral



8.     Partido Comunista dos Trabalhadores da Bósnia e Herzegovina; Goran Markovic – presidente



9.    Partido Comunista Brasileiro; Edmilson Silva Costa – membro da Comissão Política Nacional



10.    Partido Comunista do Brasil; José Reinaldo Carvalho – secretário de Relações Internacionais



11.    Partido Comunista do Canadá; Miguel Figueroa – presidente



12.    Partido Comunista do Chile; Marcos Suzarte – membro da Comissão de Relações Internacionais



13.    Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre / Akel; George Loukaides – membro do Comitê Central e Responsável pelo Birô de Educação



14.    Partido Comunista da China ( observador); Hao Ming – subdiretor geral do Departamento Internacional do CC; Cao Songhao – primeiro secretário do Grupo de Investigação do Departamento Internacional



15.    Partido Comunista Colombiano; Olger Santodomingo – dirigente nacional dos Trabalhadores Petrolíferos Colombianos



16.    Partido Socialista dos Trabalhadores da Croácia; Vladimir Kapuralin – responsável pelas Relações Internacionais



17.    Partido Comunista de Cuba; Fernando Estenoz Barciela – membro do Secretariado do Comitê Central e Chefe do Departamento de Relações Internacionais; Juan Carlos Marsan – Coordenador da Europa,  membro do Dep. de Relações Internacionais; Maria del Pilar Ramirez Vega – chefe de gabinete do Departamento de Relações Internacionais



18.    Partido Comunista da Dinamarca; Henrik Stamer Hedin – presidente



19.    Partido Comunista na Dinamarca; Betty Carlson – presidente



20.    Partido Comunista da Eslováquia; Karol Ondrias – membro do Secretariado do Comitê Central



21.    Partido Comunista de Espanha; José Luis Centella  –  secretário das Relações Internacionais; José Cabo – membro do Comitê Executivo



22.    Partido dos Comunistas da Catalunha; Marià Pere – secretário-geral; Xavier Cutillas – coordenador da Área Internacional



23.    Partido Comunista dos Povos de Espanha; Quim Boix – Responsável das Relações Internacionais



24.    Partido Comunista dos EUA; Timothy Wheeler – membro do Comitê Nacional e correspondente político internacional do People’s Weekly World



25.    Partido Comunista da Finlândia; Yrjo Hakanen – presidente



26.    Partido Comunista Francês ( observador); José Cordon – membro do Departamento de Relações Internacionais



27.    Partido Comunista Unificado da Geórgia; Juleta Vazagovi  – membro do Comitê Central



28.     Novo Partido Comunista da Grã-Bretanha; Andy Brooks – secretário-geral; Richard Bos- tesoureiro nacional 



29.     Partido Comunista Britânico; John Foster  – secretário Internacional, membro da Comissão Política



30.    Partido Comunista da Grécia; Aleka Paparigha – secretária-geral; Dimitris Kotsumbas – membro do Birô Político, responsável da SI; Babis Angourakis – membro do CC, Responsável do Departamento Internacional do CC; Nikos Seretakis – membro do Departamento Internacional do CC



31.    Novo Partido Comunista da Holanda; Wil van der Klift – secretário internacional



32.    Partido Comunista dos Trabalhadores Húngaros; Gyula Thurner  – presidente



33.    Partido Comunista da Índia; D. Raja – secretário do Conselho Nacional; B. Dassaradene – membro do Departamento Internacional



34.    Partido Comunista da Índia (Marxista); Varadajaran Ramappa – membro do Comitê Central



35.    Partido do Povo do Irã; Navid Shomali – secretário do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central



36.    Partido Comunista Iraquiano; Salam Ali – membro do Comitê  Central e do Departamento Internacional do CC; Najah Latif Faris



37.    Partido dos Trabalhadores da Irlanda; Gerry Grainger – secretário internacional; John Halligan – membro do Comitê Central



38.    Partido da Refundação Comunista; Frederica Miralto – membro da Direção Nacional e do Departamento Internacional; Isadora D’Aimmo – membro do Comitê Político Nacional



39.    Partido dos Comunistas Italianos; Andrea Genovali  – membro do Comitê Central,  membro do Departamento Internacional responsável pela África e América Latina



40.    Partido Popular Revolucionário do Laos; Chaky Boudtvong – encarregado de negócios da Embaixada da República Popular Democrática do Laos em Paris



41.     Partido Socialista da Letónia; Alfred Rubiks – presidente



42.     Partido Comunista Libanês; Moufid Koutaiche – membro do Birô Político



43.    Partido Comunista Luxemburguês; Ali Ruckert – presidente



44.    Partido Comunista da Macedónia; Pero Odzaklieski; Angel Ivanov



45.    Partido Comunista de Malta; Victor Degiovanni – secretário do Comitê Central



46.    Partido dos Comunistas, México; Pável Blanco Cabrera – membro da Secretaria de Relações Internacionais



47.     Partido Popular Socialista, México; Cuautémoc Amezcua Dromundo – primeiro-secretário



48.    Partido Comunista da Noruega; Svend Haakon Jacobsen – vice-presidente do Birô Político do CC; Knut Hartmann Olsen – secretário do Birô Politico do CC



49.    Partido Comunista Peruano; Renan Raffo Munoz – secretário-geral



50.    Partido Comunista do Peru – Pátria Roja; Lurdes Bruckmann Falcón – membro do Birô Político do Comitê Central



51.    Partido Comunista Português; Jerónimo de Sousa  – secretário Geral; Albano Nunes – membro do Secretariado do CC e membro da Comissão Política; Angelo Alves –  membro da Comissão Política do CC e membro da Seção Internacional; Francisco Lopes – membro do Secretariado do CC e membro da Comissão Política; João Frazão – membro da Comissão Política do Comitê Central; Jorge Cordeiro – membro do Secretariado do CC e membro da Comissão Política; Manuela Bernardino – membro do Secretariado do CC e Responsável da Seção Internacional; Margarida Botelho – membro da Comissão Política do Comitê Central; Vasco Cardoso – membro da Comissão Política do Comitê Central



52.    Partido Comunista da Boémia e Morávia; Iroslav Ransdorf – membro do Comitê Executivo e MEP



53.    Partido Comunista da Federação Russa; Guennadi Ziuganov – presidente do CC e do Grupo Parlamentar na Duma; Alexander Tarnaev – assistente do presidente do CC; Viatcheslav Tetekin – membro do Comitê Central, responsável da Comissão de Relações Internacionais



54.    Partido Comunista Operário Russo – Partido dos Comunistas Russo; Victor Tiulkin – primeiro secretário



55.    Novo Partido Comunista da Jugoslávia – Servia; Branislav Kitanovic – secretário-geral; Roman Mulic – membro do Secretariado e do Politburo



56.    Partido Comunista Sírio; Ammaar Bagdache  – membro do Birô  Politico e do Secretariado do CC



57.    Partido Comunista Sírio; Hnanin Nemer  – primeiro secretário



58.    Partido Comunista Sudanês; Fathi El Fadl – membro do Departamento de Relações Internacionais



59.    Partido Comunista da Turquia; Kemal Okuyan – secretário-geral



60.    Partido do Trabalho / Emep – Turquia; Kamil Tekin Surek – membro do Comitê Executivo Nacional e Responsável das Relações Internacionais



61.     Partido Comunista da Ucrânia; Alla Aleksandrovsakya – membro do Presidium do Comitê Central e Deputada



62.     União dos Comunistas da Ucrânia; Tamila Yabrova – presidenteIryna Malynoska – Responsável das Relações Internacionais



63.    Partido Comunista do Vietnã; Pham Tien Nhien- responsável pelo Departamento para a Europa do Norte e Ocidental e a América do Norte , na Comissão de Relações Externas do CC; Duong Minh – vice-responsável do departamento do Oriente Médio, África e América Latina na Comissão de Relações Externas do CC; Nguyen Hong Hanh- membro do Departamento para a Europa do Norte e Ocidental e a América do Norte, na Comissão de Relações Externas do CC.



Fonte: http://www.pcp.pt