Chávez destaca vitórias eleitorais de Lula e Ortega

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, destacou nesta quarta-feira (8/11) as vitórias eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil, e Daniel Ortega, na Nicarágua, ao mesmo tempo que qualificou de “voto de castigo” para o presidente George W. Bush o

Em um encontro de mais de quatro horas com jornalistas estrangeiros em Caracas, o presidente venezuelano fez um amplo repasse da atualidade internacional e expressou seu otimismo pela integração que se desenha na América Latina.



“Outro mundo é possível, e já começou a aparecer no horizonte”, disse Chávez, após destacar os triunfos eleitorais de Ortega e Lula, e afirmar que 2006 foi um ano muito positivo para a Venezuela, com sua entrada no Mercosul, o reforço de seus laços com vários países do mundo e sua consolidação como potência mundial em petróleo e gás.



Além disso, Chávez considerou que os Estados Unidos “não puderam humilhar a Venezuela” na batalha por um posto de membro não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.



Na sua opinião, a derrota eleitoral republicana nos EUA é “sem dúvida um voto de castigo do povo americano contra a Guerra do Iraque, os escândalos de corrupção que rodearam o governo dos EUA e o atropelo (governamental)”.



Disse também que, segundo as estatísticas, os latinos votaram majoritariamente “contra Bush”, o que interpretou como “um castigo pelo muro da vergonha” e a “Lei de Imigração que tentou criminalizar e varrer a dignidade” dos latino-americanos nos EUA.



Perguntado sobre as divergências da Venezuela com alguns países latino-americanos, Chávez afirmou que a política de seu Governo não é de confronto e que sempre atuou na defesa de ataques, especialmente em referência à polêmica com relação ao presidente mexicano Vicente Fox e com o peruano Alan García.



Eleições locais
Referindo-se à campanha eleitoral para o pleito de 3 de dezembro, no qual busca a reeleição, Chávez ressaltou que está sendo elaborando um “plano de contra-ataque” para impedir qualquer ação da oposição.



Disse que o dia 3 de dezembro deve ser “uma festa da democracia” e advertiu a oposição para que não incite a violência ou os planos subversivos. Além disso, se declarou disposto a ir onde estiver seu principal opositor, Manuel Rosales, para felicitá-lo na “hipótese improvável” que ele ganhe a eleição.



Mas “na hipótese provável que nós ganhemos, tomara que haja magnanimidade na outra parte” e “que ninguém se sinta derrotado”, porque “o mundo não vai acabar”, já que se trata de “um passo em um caminho de paz e sem dúvida democrático”.



Chávez disse que alguns opositores recomendaram que no dia das eleições se denuncie uma fraude, se promova a ocupação das ruas e se encoraje os militares “a pôr ordem”, e advertiu que se encarregará que “nada disso ocorra”.