Centrais convocam marcha unificada por mínimo de R$ 420

CUT, CGTB, CGT, CAT, Força Sindical e SDS decidiram nesta quinta-feira (9/11) organizar atos estaduais conjuntos no próximo dia 29 de novembro e realizar a 3ª Marcha Nacional do Salário Mínimo em Brasília em 6 de dezembro. As centrais vão defender o aumen

“A valorização do salário mínimo é a nossa principal arma de distribuição de renda, de crescimento e desenvolvimento”, declarou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique. “Além de batalharmos pelos R$ 420, estamos reivindicando uma política de valorização permanente, que se transforme em política de Estado – mais do que de governo.”


 


Segundo levantamento do Dieese, baseado em pesquisas de diferentes fontes, 47 milhões de brasileiros são beneficiados a cada reajuste real do salário mínimo. Desse total, há 22 milhões de trabalhadores do mercado formal e informal que ganham até um mínimo; 11 milhões de trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos; e 14 milhões de aposentados que ganham até um mínimo.


 


O valor atual, de R$ 350, é capaz de comprar 1,91 cesta básica. O índice é parecido com os verificados no início da década de 1970. Nos anos de 80 e 90, houve desvalorização. O mínimo chegou, em 1994, a comprar apenas 1,01 cesta básica. Se o reajuste for de 20%, o salário de R$ 420 será capaz de comprar 2,3 cestas – o que não ocorre desde 1968.


 


Mais que reajuste
No dia 6 de dezembro, ao final da Marcha, está programado um debate no Congresso e a entrega da pauta ao governo federal. A pauta das centrais inclui a antecipação do reajuste do mínimo para março, já que a mudança acontece tradicionalmente em abril. As centrais querem a continuidade da política de reajuste progressivo – que garantiu 25% de ganhos reais no governo Lula.


 


Também lutarão também pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR), com reajuste de 7,77%, zerando as perdas dos últimos quatro anos. O percentual da correção equivale à defasagem da tabela do IR em relação à inflação durante o atual governo. As centrais apontaram, ainda, defasagem de 39,52% durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso.


 


A marcha defenderá redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salário. Apoiará, ainda, a implementação da MP 316, que inverte o ônus da prova nas questões referentes à saúde e segurança no trabalho para o empregador por meio do nexo técnico-epidemiológico, penalizando progressivamente as empresas que mais lesionam.


 


Opiniões
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, avalia que o governo tem se comprometido a fazer a roda da economia girar para frente – mas que é preciso mais investimentos para potencializar o crescimento. “É uma questão lógica: se há renda, há consumo e necessidade de contratação. O Brasil precisa crescer 5%, 6%, 7% – e para isso é preciso fortalecer o poder de compra dos trabalhadores, impulsionando o mercado interno”, enfatizou.


 


Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, “o momento é de fortalecer a unidade e a ação das centrais sindicais para além do salário mínimo, encarando outros embates tendo como prioridade o desenvolvimento econômico e a justiça social”. Juruna lembrou que, até 1995, a tabela era corrigida automaticamente de acordo com a inflação do período – princípio que deve ser retomado, sem prejuízo da luta pela recomposição das perdas do governo FHC.


 


O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Antônio Carlos dos Reis (Salim), lembrou que as mobilizações unitárias nos Estados, no próximo dia 29, serão um aquecimento para a marcha em Brasília. “Em grandes ações políticas estivemos juntos e assim vamos continuar, amadurecendo. Caminharemos juntos em Brasília com as mesmas propostas, construindo com maturidade a nossa pauta do crescimento.”


 


Da Redação, com Folha Online
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